Candiru: peixe-vampiro da Amazônia é realmente perigoso?
O peixe Candiru (Vandellia cirrhosa), nativo da Bacia Amazônica, é conhecido como Peixe-vampiro por uma razão. O temido animal se alimenta de sangue, penetrando orifícios como a uretra, o ânus ou a vagina, e mordendo as artérias das vítimas.
Além disso, quando suga o sangue, abre a parte posterior do corpo, dificultando sua saída, que é feita somente com cirurgia. No caso de outros peixes, pode perfurar suas escamas e se alojar nas guelras, extraindo sangue.
Sobre o peixe-vampiro
Habitante de rios de águas turvas e lamacentas nas bacias Amazônica, Prata, São Francisco e a do Leste, o parasita tem forma de enguia, cor azulada, luminosa e olhos pequenos. Bem como espinhos em torno da cabeça. Entretanto, é quase invisível a olho nu quando se camufla na água, com seu comprimento comum de 3 a 5 cm e cerca de 6 mm de largura.
A espécie foi descrita pela primeira vez em 1846. Mas sua primeira menção foi entre 1817 e 1820, pelo naturalista prussiano Carl Friedrich Philipp von Martius, em seu livro “Viagem Pelo Brasil”. Em 2023, ictólogos descobriram nove novas espécies do bicho, de acordo com o programa Biota-FAPESP, da USP (Universidade de São Paulo).
Assim como outros animais, eles também têm sua importância no ecossistema. Os Candirus contribuem para a limpeza de resíduos orgânicos nos rios, parecido com o que fazem os urubus.
Casos de ataque de Candiru
Apesar de ser conhecido por se atrair pelo odor de urina, não há comprovação científica de que isso aconteça. Segundo o Professor Doutor Edinbergh Caldas de Oliveira, da UFAM (Universidade Federal do Amazonas), um levantamento de 1990 a 2010 em Manaus registrou apenas dois casos graves de ataque de Candiru com atendimento médico cirúrgico.
Porém, para quem estiver com medo de visitar rios e lagos, as melhores formas de se prevenir contra o Candiru são evitando: nadar em lugares desconhecidos, sem traje de banho, com ferimentos, em período menstrual ou urinar na água. E, em caso de ataque, é fundamental procurar um médico imediatamente, pois tentar remover o animal por contra própria pode rasgar a uretra.