Carrapatos transmissores da doença de Lyme invadiram os EUA e o Canadá nos últimos anos

Tanto no Canadá quanto nos Estados Unidos, os carrapatos que espalham a doença de Lyme e outros germes desagradáveis ​​estão expandindo seu alcance
Foto: Getty Images

Aqui estão algumas imagens assustadoras da crescente ameaça do carrapato transmissor da doença de Lyme na América do Norte, divulgadas pelo satélite da NASA. Os mapas acompanham pesquisas recentes que indicam que climas mais quentes nas últimas duas décadas permitiram que carrapatos de cervos sobrevivessem e se propagassem no Canadá e em partes do norte dos Estados Unidos.

Foto: Observatório Terrestre da NASA

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Em fevereiro, pesquisadores liderados por Serge Olivier Kotchi, da Agência de Saúde Pública do Canadá, publicaram seu estudo na revista Remote Sensing. Eles criaram um modelo para mapear a propagação do Ixodes scapularis, o carrapato de patas negras e principal vetor da doença de Lyme, no centro e leste do Canadá entre os anos de 2000 e 2015. Essa modelagem se baseou em dados meteorológicos coletados por satélites da NASA e outros, que medem a temperatura da superfície da área e a frequência com que foi coberta por vegetação florestal ao longo do ano. A pesquisa contou com ajuda de outros estudos de campo anteriores que rastreiam populações de carrapatos no Canadá ao longo do tempo.

Como outras pesquisas mostraram, os dias mais quentes, acima de 0ºC, se tornaram mais frequentes no Canadá com o tempo. E esses períodos mais quentes permitiram que os carrapatos, que normalmente morreriam nos picos mais frios do ano, sobrevivessem até a próxima estação. Por causa disso, o risco ambiental de se deparar com esses carrapatos tem aumentado constantemente nessas áreas, especialmente na metade sul de Ontário e Quebec.

“ O Ixodes scapularis continua sua expansão geográfica no centro-sul e sudeste do Canadá. Isso é acompanhado por aumentos contínuos na incidência de casos humanos da doença de Lyme ”, escreveram os autores. “Acredita-se que a mudança climática, com o aumento das temperaturas, esteja facilitando a expansão dessa faixa”. 

Embora as principais descobertas do estudo digam respeito ao risco de Lyme no Canadá, as mesmas tendências estão acontecendo nas proximidades dos EUA. Um artigo publicado pelo Observatório da Terra da NASA discute sobre como o estudo de Kotchi mostrou a mudança no risco de carrapato no centro e nordeste dos EUA durante os mesmos anos.

Outros dados, inclusive dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças, mostraram que a doença de Lyme e outras doenças disseminadas por carrapatos e insetos estão aumentando nos Estados Unidos em geral. E embora Lyme tenha sido descoberta e ainda seja diagnosticada com mais frequência no nordeste dos Estados Unidos, os casos estão começando a se tornar mais comuns em outros lugares. No início deste ano, um estudo descobriu que as bactérias que causam Lyme prosperam até mesmo na vegetação perto das praias do norte da Califórnia.

Sobre o Lyme 

Para que haja a transmissão da doença do inseto para a pessoa, o carrapato precisa ficar grudado por pelo menos 24h no corpo do indivíduo. Os sintomas podem aparecer de 3 a 32 dias após a picada, geralmente manifestados por febre, dores musculares, fadiga, lesões na pele entre outros. 

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O diagnóstico pode demorar para acontecer, já que a doença inicialmente se confunde com a gripe. Contudo, a depender do quadro clínico, a doença de Lyme pode ser identificada por um exame de sangue. Recentemente, alguns cantores canadenses como Justin Bieber, Shania Twain e Avril Lavigne compartilharam seus diagnósticos de Lyme. 

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