Ciência

Casal de cientistas descobre que 1º registro de beijo é mais antigo do que se pensava

Em comentário publicado na Science, eles explicam como encontraram o escrito mais antigo sobre um beijo
Imagem: Alejandra Quiroz/ Unsplash/ Reprodução

Até pouco tempo, a ciência apontava que o primeiro beijo registrado datava de 1500 a.C, e tinha origem no sul da Ásia. Contudo, um comentário publicado recentemente na revista Science alterou esse recorde.

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A dúvida surgiu durante um jantar do casal de cientistas Sophie Lund Rasmussen, ecologista, e Troels Pank Arboll, estudioso da antiga Mesopotâmia. Eles conversavam sobre um estudo genético que relacionava variantes modernas do herpes com beijos na boca na Idade do Bronze, quando decidiram buscar mais registros sobre o gesto na história.

De acordo com os pesquisadores, o relato mais antigo de beijo, na verdade, foi gravado no Cilindro de Barton, uma tabuleta de argila escrita em 2400 a.C. O objeto foi desenterrado em 1899, na cidade de Nippur, capital religiosa da Babilônia. Atualmente, ele está abrigado no Museu de Arqueologia e Antropologia da Universidade da Pensilvânia.

O primeiro relato de beijo – que se sabe até agora

Segundo o casal, o registro é a narrativa de um mito sumério sobre Enlil, que é uma divindade importante no governo do “cosmos” dessa civilização. No texto, ele tem relações sexuais com a própria irmã, a deusa mãe Ninhursag. 

Dessa forma, o mito conta que Enlil  planta a semente de “sete pares de deuses” em seu ventre. Depois, ele a beija, de acordo com o relato.

“Nas representações do ato de beijar na literatura suméria, os sujeitos têm relações sexuais primeiro e só depois se beijam”, surpreende-se Arboll.

Dois tipos de beijo

De acordo com o casal Rasmussen e Arboll, as referências ao beijo se dividiam em apenas duas categorias: o “amigável-paternal” e o “romântico-sexual”. Enquanto um ocorria como demonstração de afeto ou submissão, o outro acontecia em uma relação de amor e também em encontros sexuais.

Apenas depois, com os republicanos da Roma antiga, definiu-se ainda mais categorias do gesto. A partir de então, surgiram classificações como o “osculum”, o “basium” e o “savium”. O primeiro é um beijo de cumprimento afetuoso, dado nas mãos ou nas bochechas. O segundo, um beijo de lábios fechados, lábio com lábio. Por fim, o savium é o tipo de beijo completo, bastante conhecido atualmente.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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