Número de casos de coronavírus em navio de cruzeiro japonês dispara

O número de casos de coronavírus em um navio de cruzeiro atualmente atracado em Yokohama, no Japão, aumentou para 135, de acordo com o NHK News do Japão.
Uma passageira pendura faixas com a mensagem “escassez de medicamentos” (esquerda) “obrigado por denunciar isso” (centro) e “por favor, transmita isso na TV” (direita) no navio Diamond Princess no Japão. Foto: Getty Images

O número de casos de coronavírus em um navio de cruzeiro atualmente atracado em Yokohama, no Japão, aumentou em 65, elevando o total de infectados para 135, de acordo com a NHK News do Japão.

O número surpreendente foi anunciado na segunda-feira (10). No mundo todo, o total de mortes atingiu 910, e a quantidade de casos confirmados disparou para mais de 40 mil. A China registrou 97 novas mortes pelo vírus apenas no domingo, o número mais alto em um único dia desde o início do surto em dezembro.

O navio de cruzeiro japonês conhecido como Diamond Princess foi colocado em quarentena quando chegou ao Japão em 3 de fevereiro, forçando todas as 3.711 pessoas a bordo a permanecerem em seus quartos. O navio foi sinalizado como um potencial portador do novo coronavírus depois que um passageiro de 80 anos desembarcou do cruzeiro em Hong Kong e, mais tarde, um exame deu resultado positivo para o vírus.

Inicialmente, apenas 10 pessoas testaram positivo para o coronavírus quando o navio aportou, mas as autoridades de saúde japonesas estão examinando apenas pessoas com sintomas, o que significa que a grande maioria das pessoas a bordo do navio não foi examinada.

O ministro da Saúde do Japão, Katsunobu Kato, disse anteriormente que as autoridades de saúde podem eventualmente testar todas as 3.711 pessoas, embora uma decisão final ainda não tenha sido anunciada. Um grupo de especialistas em doenças infecciosas conduzirá uma pesquisa do navio na terça-feira, de acordo com a NHK News.

Pessoas no navio com casos confirmados estão sendo trazidas para terra, resultando em fotos assustadoras sendo compartilhadas nas redes sociais, mostrando dezenas de ambulâncias aguardando passageiros infectados.

As autoridades têm se esforçado para fornecer aos passageiros em quarentena coisas básicas, incluindo mais de 600 pessoas que solicitaram medicamentos prescritos, geralmente para passageiros idosos. Pelo menos uma passageira começou a sinalizar com um banner na lateral do navio que dizia “escassez de remédios” em japonês.

Profissionais de emergência vestindo roupas de proteção saem do navio Diamond Princess no Daikoku Pier, onde ele está recebendo suprimentos, em 10 de fevereiro de 2020 em Yokohama, Japão. Foto: Getty Images

O navio transportava originalmente 2.666 passageiros de 56 países, além de 1.045 tripulantes. Binay Kumar Sarkar, um membro indiano da tripulação no navio japonês, postou um vídeo no Facebook na segunda-feira pedindo ajuda ao governo indiano, e pessoas de outros países também pediram que seus governos não os esquecessem. Aproximadamente metade dos passageiros tem mais de 70 anos e naturalmente se preocupa com sua saúde.

“Parece haver relatos de que as coisas estão bem, mas isso está longe da realidade”, disse um passageiro à NHK News. “Serviços de aconselhamento estão disponíveis apenas em inglês. Bife para o jantar, que muitos idosos não podem comer. A situação está ruim.”

O navio estava programado para ficar em quarentena por 14 dias, mas ainda não está claro se ela precisará ser estendida. Muitas autoridades de saúde da China acreditam que o período de incubação do vírus pode ser de até 14 dias, mas se alguém contrair o vírus de outro passageiro mais tarde, o vírus poderá se espalhar depois que a quarentena original de 14 dias expirar. Oficialmente, a quarentena está programada para terminar em 19 de fevereiro para a maioria dos passageiros.

Outra preocupação no momento para a comunidade de saúde pública é a presença dos chamados “super espalhadores”, capazes de infectar um grande número de pessoas. Um potencial super espalhador em Wuhan já infectou até 57 pessoas.

A doença, que as autoridades de saúde chinesas nomearam temporariamente de NCP (sigla em inglês para “nova pneumonia por coronavírus”), atingiu um marco macabro no fim de semana, superando o número de pessoas mortas pelo surto de SARS em 2002 e 2003. A SARS infectou 8.098 pessoas e matou 774 em todo o mundo. E embora a taxa de mortalidade pelo coronavírus seja muito menor, isso significa que ele também pode se espalhar mais facilmente.

O navio Diamond Princess está ancorado no cais de Daikoku, onde está recebendo suprimentos. Os novos casos de coronavírus diagnosticados estão sendo levados para tratamento, pois a embarcação permanece em quarentena depois que várias das 3.700 pessoas a bordo foram diagnosticadas com a doença. Foto do dia 10 de fevereiro de 2020 em Yokohama, Japão. Foto: Getty Images

O presidente da China, Xi Jinping, que fez poucas aparições públicas desde o início do surto, visitou Pequim na segunda-feira e disse que a situação ainda é “grave” no país. Chamou a atenção o fato de Xi usar uma máscara cirúrgica, em vez de uma máscara N95 ou P2, que filtra 95% das partículas.

Os EUA confirmaram apenas 12 casos do coronavírus, embora ninguém tenha morrido no país. Uma cidadã norte-americana morreu em Wuhan, na China, do vírus, anunciado no sábado. A mulher de 60 anos tinha condições de saúde subjacentes, algo que não seria surpreendente para os pesquisadores de saúde. Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 80% das mortes por coronavírus são de pessoas com mais de 60 anos de idade, a maioria delas dos indivíduos que vieram a óbito tinham problemas de saúde subjacentes.

No Brasil, há 11 casos suspeitos e nenhum confirmado. Desde o início do monitoramento do coronavírus, o Ministério da Saúde já descartou 28 suspeitas.

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