Ciência

Cepa de influenza, vírus da gripe, sumiu durante pandemia de Covid

OMS sugere retirar esta variante de influenza das vacinas quadrivalentes da gripe; pesquisadores estudam como fazer isso
Imagem: Ed Us/ Unsplash/ Reprodução

Desde que o SARS-CoV-2 irrompeu na cena global, não houve detecção confirmada da cepa  B Yamagata da influenza, vírus da gripe. Esta é uma das quatro variantes às quais a vacina atual oferece imunidade.

Assim, desde março de 2020, a B Yamagata está desaparecida. Enquanto isso, outras cepas e linhagens da influenza se recuperaram e voltaram para seus ciclos sazonais. 

Dessa forma, na última semana a OMS (Organização Mundial da Saúde) recomendou que os órgãos de saúde de todo o mundo excluam este componente da vacina da gripe. 

Isso porque continuar a manipular esta variante de influenza em laboratório pode acarretar nova propagação da cepa.

Os desafios da atualização da vacina contra o vírus influenza

Em geral, há vacinas da gripe que são trivalentes e outras que são quadrivalentes – e são nestas últimas que a cepa em questão está presente. Pode parecer simples apenas excluí-la da vacina, tornando o imunizante trivalente, mas não é bem assim.

Geralmente, os fabricantes de quadrivalentes só têm licença para fazer vacinas deste tipo. Desta forma, eles teriam que passar por um procedimento regulatório para poderem produzir imunizantes trivalentes.

Além disso, especialistas consideram o momento inoportuno. As vacinas da gripe para a temporada de vacinação entre 2023 e 2024 no Hemisfério Norte já estão disponíveis. E mesmo os imunizantes para o período vacinal do Hemisfério Sul já estão encaminhados. Portanto, é muito tarde para uma reformulação. 

Por fim, ainda há dúvidas sobre a alteração do conteúdo das vacinas da gripe. Hoje, as vacinas quadrivalentes visam duas cepas do tipo A e duas do tipo B. 

Dessa forma, cientistas estudam se é melhor mantê-las quadrivalentes. Há três maneiras de fazer isso: usar três vírus do tipo A e um do tipo B; usar três cepas e aumentar a dosagem de todas; ou usar três vírus, mas aumentar a dosagem da cepa mais dominante em circulação.

Por enquanto, praticamente não há dados para orientar os consultores sobre a melhor forma de redesenhar as vacinas contra o vírus influenza. Mas especialistas apontam que há espaço para melhorias. 

A FDA (Food and Drug Administration), agência que equivale à Anvisa nos EUA, aprovou nesta semana a reformulação. Agora, é preciso que outras agências reguladoras e fabricantes conversem para entender como podem fazer isso.

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Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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