Ciência

Cérebro está “programado” para aprender com pessoas que gostamos, diz estudo

Experimento cognitivo sueco indicou maior facilidade em aprender informações passadas por pessoas com quem temos afinidade. Confira mais detalhes
Imagem: Taylor Flowe/ Unsplash/ Reprodução

Aprender uma nova informação pode ser uma tarefa árdua. Mas parece que ela se torna ainda mais difícil quando quem ensina não faz parte do círculo social próprio. É o que aponta um novo estudo cognitivo publicado na revista Communications Psychology.

Embora experimentos anteriores tenham sugerido que as pessoas aprendem informações de maneira diferente dependendo da fonte, a nova pesquisa indica também uma preferência. 

Segundo o estudo sueco, há uma maior inclinação para formar conexões e atualizar conhecimentos quando essas ideias são apresentadas por grupos aos quais somos simpáticos.

“Particularmente marcante é que integramos informações de forma diferente dependendo de quem está dizendo algo, mesmo quando as informações são completamente neutras. Na vida real, onde as informações muitas vezes provocam reações mais fortes, esses efeitos podem ser ainda mais proeminentes”, afirma Mikael Johansson, autor do estudo.

Entenda a pesquisa

Para testar o que influencia a capacidade humana de aprender e fazer inferências, pesquisadores reuniram participantes voluntários em um experimento simples. Em geral, eles tinham a tarefa de ver, recordar e conectar diferentes objetos.

Por exemplo, os cientistas utilizaram uma tigela, uma bola, uma colher e uma tesoura, além de outros objetos comuns. Como resultado, os pesquisadores perceberam que quem apresentava os objetos influenciava a capacidade de lembrar e conectar informações dos participantes.

De acordo com o estudo, juntar conteúdos e concretizar um conhecimento era mais fácil quando o dado ou imagem vinha de uma pessoa de quem o participante gostava. Caso não houvesse simpatia pelo locutor, a dificuldade era maior de compreender a informação.

O “gostar”

Segundo a pesquisa, os participantes utilizaram como base para definidir o que gostavam ou não aspectos como opiniões políticas, curso universitário, hábitos alimentares, esportes favoritos, hobbies e música.

Para os autores, esses parâmetros são aplicados na vida real o tempo todo. Portanto, não se trata apenas de bolhas de filtro nas redes sociais, mas também de uma forma inata de assimilar informações.

“O que nossa pesquisa mostra é como esses fenômenos significativos podem ser em parte atribuídos a princípios fundamentais que governam como nossa memória funciona”, diz Johansson.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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