Nos últimos dias, os EUA e os Emirados Árabes Unidos apresentaram novos e detalhados mapas da superfície de Marte. Agora, foi a vez dos chineses divulgarem o seus primeiros mapas globais do planeta vermelho.
As imagens coloridas foram captadas a partir da sonda Tianwen-1, que está em órbita de Marte desde fevereiro de 2021. Para compor o mosaico, a sonda precisou executar 284 manobras para coletar 14.757 imagens do planeta, entre novembro de 2021 e julho de 2022.
Segundo a mídia estatal chinesa, o mapa tem qualidade suficiente para pesquisas científicas e desenvolver o envio de futuras missões de exploração ao planeta. As imagens estão disponíveis em diferentes projeções ortográficas, e com resolução espacial de até 76 metros.
Os chineses destacam que o mapa panorâmico está disponível publicamente, indicando que o gigante asiático está disposto a compartilhar dados científicos com outros países.
O mapa foi apresentado nesta segunda-feira (24), em celebração ao “Dia Espacial da China”. A data faz referência ao Dongfanghong-1, o primeiro satélite chinês a ser lançado ao espaço, em 24 de abril de 1970.
“O Dia Espacial da China deste ano ressalta nossa disposição de compartilhar informações com o mundo, mostrando que as conquistas espaciais da China são inteiramente para o desenvolvimento do progresso científico e tecnológico da humanidade”, disse Song Zhongping, analista espacial e comentarista de TV, ao Global Times.
Além das imagens, a CNSA (Administração Espacial Nacional da China) afirmou que a IAU (União Astronômica Internacional) batizou 22 locais marcianos com nomes em homenagem a vilas chinesas com significado histórico ou cultural.
O segundo passo da China em Marte
Com o sucesso da missão Tianwen-1, os chineses já planejam lançar uma missão mais ambiciosa, que pretende coletar e trazer para a Terra cerca de 500 gramas de rochas e poeira marciana.
Os detalhes foram anunciados durante a Conferência Internacional de Ciências do Espaço Profundo em Hefei, na China. A missão – batizada Tianwen-3 – consistirá em duas espaçonaves lançadas em foguetes separados, sendo uma de pouso em Marte e outra de retorno de amostras para o nosso planeta. Existe a possibilidade de a missão também incluir um pequeno helicóptero, similar ao Ingenuity, da NASA.
O objetivo é buscar evidências de vida em Marte, entender a sua habitabilidade passada, bem como compreender como o clima do planeta vermelho evoluiu ao longo do tempo.
De acordo com o SpaceNews, a expectativa é que o lançamento da Tianwen-3 ocorra em 2028 e que as amostras marcianas sejam entregues em julho de 2031. Se esse cronograma for realmente cumprido, a China será a primeira a trazer amostras de outro planeta para a Terra — antes mesmo da NASA.