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China envia micróbio ao espaço para estudar possibilidade de vida em Marte

Esta experiência pode fornecer novos dados para explorar a possível existência de vida em outros planetas, especialmente em Marte

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A China enviou para o espaço na última semana um microrganismo terrestre primitivo. A ideia é estudar a capacidade de sobrevivência em condições semelhantes às de Marte. O microrganismo enviado junto com a espaçonave de carga Tianzhou-7 pertence ao grupo das arqueobactérias.

Elas são organismos procariontes e diferenciam-se das bactérias principalmente pelo fato de suas paredes celulares não apresentarem peptidioglicanas.

O professor Liu Zhu, do Departamento de Ciências do Sistema Terrestre da Universidade de Tsinghua (China), explicou à emissora chinesa CCTV que a experiência tem como objetivo testar se este microrganismo.

Além de ser uma das formas de vida mais antigas da Terra, ele é um grande produtor de metano na atmosfera, que poderia viver num ambiente semelhante ao de Marte.

Esta experiência pode fornecer novos dados para explorar a possível existência de vida em outros planetas, especialmente no planeta vermelho.

“Se conseguir sobreviver e crescer em um ambiente como este, então poderá provar que a vida primitiva na Terra pode existir prosperar em um ambiente extraterrestre”, disse.

Outro ponto importante deste experimento é que ele pode reforçar a desconfiança dos cientistas de que o metano em Marte pode ser uma potencial bioassinatura. Ou seja um traço químico produzido pela vida.

Outros materiais enviados pela sonda da China

Além do microorganismo, a nave espacial entregou à estação espacial chinesa Tiangong suprimentos essenciais, trajes espaciais e peças de reposição.

Tianzhou-7 transportou 260 itens, com massa total de cerca de 5,6 toneladas. Assim, deste total, cerca de 2,4 toneladas são suprimentos para os astronautas, incluindo frutas e vegetais frescos.

Esta é a primeira missão espacial da China em 2024. O predecessor do Tianzhou-7, o Tianzhou-6, retornou à Terra na última semana.

A China planeja lançar mais três missões até Tiangong em 2024. Estas serão as missões tripuladas Shenzhou 18 e 19 e a missão Tianzhou-8. O principal objetivo da estação espacial é a investigação científica.

A Agência Espacial Tripulada da China aprovou a realização de mais de 1.000 experimentos em microgravidade. Além disso, as experiências são sobre temas como a forma como as plantas crescem no espaço e sobre os fluidos se movimentam.

Estação espacial Tiangong completa

No fim do ano passado, pela primeira vez, a estação espacial chinesa Tiangong foi fotografada em sua forma completa. A imagem foi registrada da espaçonave Shenzhou enquanto ela retornava à Terra após entregar três tripulantes à estação espacial.

Em novembro do ano passado, os chineses lançaram o terceiro e último módulo da Tiangong, concluindo o projeto original da estação espacial.

O plano inicial da estação chinesa previa que ela teria três módulos dispostos em um formato de “T”. Porém, com a chegada do novo módulo de expansão, a Tiangong adotou uma configuração de cruz.

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