China vai enviar peixes para a estação espacial Tiangong; saiba para quê
A China anunciou que pretende enviar peixes-zebra para a órbita baixa terrestre. Eles farão parte de um experimento, conduzido na Estação Espacial Tiangong. A ideia é estudar interações entre os peixes de 5 cm e microorganismos em um ambiente fechado — e a perda de massa óssea que os peixinhos vão sofrer em microgravidade.
Em 10 de julho, em Pequim, os chineses anunciaram o plano durante um seminário sobre projetos de ciência que eles conduzirão na Tiangong. Não se revelou detalhes sobre como será o experimento ou quando os peixinhos irão para o espaço.
Anteriormente, a humanidade já enviou peixes-zebra para a Estação Espacial Salyut 5, da União Soviética, em 1976, a bordo da missão Soyuz 21. A NASA também já enviou peixes-arroz para a Estação Espacial Internacional, em 2012. Os peixinhos de água doce, também nativos da Ásia, também participaram de um estudo sobre como a microgravidade afeta a vida marinha.
Peixes-zebra na Terra e no espaço
Os peixes-zebra (Danio rerio) são peixes de água doce, nativos do sul asiático. Eles são super famosos entre os cientistas, que sequenciaram seu genoma em 2013 e os utilizam como organismo modelo – este é o nome que se dá a espécies não humanas fáceis de se manter e reproduzir em laboratório, como ratos, moscas-da-fruta e sapos.
O peixinho aparece, por exemplo, em uma série de estudos que identificam os bastidores genéticos de doenças cardiovasculares e musculoesqueléticas, surdez e até câncer. (Por falar em coração, o do peixe-zebra se regenera em semanas se os cientistas arrancam um pedacinho. Outra característica útil para experimentos é que os embriões se desenvolvem externamente e podem ser vistos e manipulados em todos os estágios.)
No experimento chinês, por fim, os peixes poderão fornecer insights aos cientistas sobre a perda de massa óssea que acontece em microgravidade. Os ossos se remodelam de acordo com o estresse que é colocado sobre eles.
No espaço, não precisam sustentar o corpo da mesma forma que na Terra, e enfraquecem. Por isso, os astronautas podem sofrer perda óssea equivalente a duas décadas de envelhecimento em missões de seis meses.