China vai revisar segurança nas plataformas de IA antes de permitir o uso
O governo da China deve pedir uma revisão na segurança de serviços de IA (inteligência artificial) populares, como o ChatGPT, antes de autorizar o uso dessas ferramentas no país. A orientação está em um comunicado da CAC (Administração do Ciberespaço da China), publicado na terça-feira (11).
Segundo o texto, todos os provedores desses serviços devem garantir que o conteúdo seja preciso e respeite a propriedade intelectual. Além disso, o material veiculado nessas plataformas deve receber um rótulo que diz claramente que aquela é uma mídia criada artificialmente.
A medida afeta especialmente empresas chinesas, como Alibaba Group Holding, SenseTime Group e Baidu, que planejam impulsionar suas próprias plataformas de IA no mercado chinês.
Maior empresa de comércio eletrônico da China, Alibaba planeja inserir IA generativa em seu aplicativo semelhante ao Slack (na foto) e em alto-falantes inteligentes.
Já a SenseTime, companhia com sede em Hong Kong, anunciou o SenseChat, um chatbot voltado para o usuário. A Baidu, por sua vez, a maior rede social chinesa, lançou testes para o bot Ernie em março.
Desenrolando a IA na China
É provável que plataformas ocidentais, em especial dos EUA, como o ChatGPT, não entrem no mercado chinês. Mas a tendência é que Pequim não acelere regras tão rígidas já no começo para não esmagar a arena de inovação em IA que tende a prosperar no país.
“As reações rápidas do CAC a essa nova tecnologia demonstram claramente sua ambição regulatória nessa esfera”, disse Angela Zhang, professora associada de direito da Universidade de Hong Kong, à Bloomberg.
“Esses desenvolvimentos provavelmente terão efeitos colaterais na regulamentação chinesa de IA no futuro. Até agora, vejo os reguladores chineses sendo bastante cautelosos com sua abordagem regulatória, a fim de dar mais espaço para o desenvolvimento da IA generativa no país”.
A China é um mercado importante para o avanço da IA no mundo. Com uma população que passa a marca de 1,4 bilhão, desenvolvedores estrangeiros já estão de olho neste mercado. A plataforma de geração de imagens Midjourney, por exemplo, impede que usuários gerem conteúdos com o presidente chinês Xi Jinping.
“Não nos motivamos por dinheiro”, disse o fundador e CEO da plataforma, David Holz. “E, neste caso, o bem maior é obviamente que as pessoas na China tenham acesso a essa tecnologia”.