Criar uma pizza sem fermento pode não ter sido o que motivou o italiano Ernesto Di Maio a virar cientista de materiais. Mas com certeza ocorreu uma forcinha do destino para que o pesquisador chegasse onde chegou.
Por ser severamente alérgico ao ingrediente, Di Maio acabava tendo que evitar o prato típico. Ele percebeu que poderia haver uma salvação para o seu problema quando o cientista Paolo Iaccarino apareceu para dividir seu laboratório na Universidade de Nápoles Federico II.
O novo cientista era também pizzaiolo aos finais de semana. Por que não pedir uma forcinha para desenvolver o quitute sem o ingrediente principal?
O desafio estava lançado. Juntaram-se também ao time o estudante de pós-graduação Pietro Avallone e a engenheira química Rossana Pasquino.
As leveduras do fermento biológico se alimentam do açúcar da massa e liberam gás carbônico, permitindo o crescimento da massa. Os cientistas teriam que achar uma forma de substituir esse processo.
A solução foi a aplicação de gás pressurizado para inflar a massa. Não há um forno específico para esse método. Então, os pesquisadores tiveram que fazer pizzas menores do que uma moeda em autoclaves – aparelhos pressurizados utilizados para esterilização.
A massa foi feita apenas de farinha, água e sal. Os gases testados para a produção do alimento foram hélio e o próprio gás carbônico. E funcionou: de acordo com os cientistas, a mini pizza era exatamente igual àquela experimentada em qualquer restaurante.
Apesar de ainda não haver fornos específicos para esse tipo de cozimento, a receita oferece a vantagem de ser mais rápida, já que a massa não precisa ficar descansando até crescer.
Por outro lado, os cientistas acham difícil os italianos trocarem a pizza original pela sem fermento. Provavelmente, apenas os alérgicos como Ernesto Di Maio ficariam com a nova versão.