Ciência

Cientistas brasileiros fazem 1ª expedição científica do país ao Ártico; saiba mais

Expedição contou com a presença de 5 pesquisadores brasileiros e 1 estrangeiro e buscou coletar amostras da biodiversidade do Ártico
Imagem: Ian Lara via The Conversation/ Reprodução

O Brasil já tem expertise em pesquisa científica na Antártica por meio do Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR). Ainda assim, mesmo entre as dez maiores economias do mundo, era a única que não participava ativamente dos assuntos relacionados ao Ártico. 

No entanto, isso mudou em julho deste ano, quando um grupo de pesquisadores brasileiros embarcou na primeira expedição no extremo norte do planeta. Acmpanhe!

Em cerca de dez dias de missão, eles percorreram o arquipélago de Svalbard, na Noruega. Participaram cinco cientistas brasileiros da UnB (Universidade de Brasília), UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e PUC Brasília (Pontifícia Universidade Católica). 

Além deles, também houve a participação de um pesquisador do British Antarctic Survey. Em geral, a expedição coletou diferentes amostras de solo, sedimentos, rochas e plantas. A experiência foi relatada pelo pesquisador Luiz Henrique Rosa no The Conversation.

O que encontraram no Ártico

A ideia da missão é conhecer os microorganismos do Ártico, para assim compará-los aos dados que os brasileiros já possuem sobre os organismos da Antártica.

Como foi a primeira do Brasil, a expedição ao Círculo Polar Ártico permitiu que os cientistas conhecessem a logística de uma operação na região. Os esforços se concentraram na Ilha de Spitesbergan, com coletas no fiorde Isfjorden e na maior cidade do arquipélago, Longyearbyen.

Um laboratório improvisado na região permitiu que a equipe já analisasse algumas amostras de musgos, solos e plantas. Outras coletas foram trazidas ao Brasil e agora estão sendo processadas.

Contudo, antes dos resultados dessas análises, os pesquisadores já puderam constatar outro fato. Durante a missão, eles enfrentaram temperaturas entre 

Além disso, estar presente na região polar do Norte também 8ºC e 15ºC, o que é anormal para o Círculo Polar Ártico mesmo no verão. Em Longyearbreen, pesquisadores locais alertaram os brasileiros sobre a situação alarmante: essa geleira vem derretendo cerca de 10 metros a cada ano.

Por que uma expedição brasileira no Ártico é importante

Apesar de parecer muito distante do extremo Norte do planeta, o Brasil possui 7% de seu território no Hemisfério Norte. Dessa forma, essa porção sofre mais influências do Ártico que da Antártica. 

Além disso, o Polo Norte é uma região estratégica para estudos sobre mudanças climáticas. Ela influencia a temperatura dos oceanos, o que reflete no clima no resto do hemisfério – Europa, Canadá e EUA, mas também na Amazônia.

Agora, pesquisadores esperam verificar por lá a existência de substâncias que possam ser usadas como herbicidas, detergentes, anticongelantes ou pigmentos. A ideia é utilizar possíveis descobertas na indústria e agricultura do Brasil.

Segundo Rosa, este primeiro passo na pesquisa sobre o Ártico também abre portas para que o país assine o tratado de Svalbard e, futuramente, pleiteie um assento como membro observador do Conselho do Ártico

Assim, os brasileiros poderão contribuir com propostas de preservação e pesquisa para a região. Por enquanto, uma segunda expedição ao Ártico já está sendo planejada para o inverno do Hemisfério Norte.

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Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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