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Cientistas correm para testar vacina contra vírus mortal similar ao ebola

No dia 30 de setembro, Ruanda registrou 27 casos e 9 mortes pelo Vírus de Marburg, um primo mortal do ebola.

Surto de vírus mortal similar ao ebola preocupa cientistas para desenvolvimento de vacinas

Um surto recente de um vírus considerado mortal (um primo do ebola) surgiu em Ruanda e está fazendo cientistas correrem contra o tempo para desenvolver uma vacina.

De acordo com a revista científica Nature, na última segunda-feira (30), o país africano registrou 27 casos e 9 mortes pelo Vírus de Marbur. Assim como o ebola, o vírus causa febre hemorrágica e é mortal. A maioria dos casos ocorreu em trabalhadores do sistema de saúde de Kigali, capital de Ruanda.

Além da letalidade, o que preocupa os cientistas é a falta de tratamentos e vacinas para conter o surto do vírus.

Na segunda-feira (30), a OMS (Organização Mundial da Saúde) realizou uma teleconferência com cientistas de Ruanda para iniciar testes e tratamentos de vacinas contra o vírus moral.

O MARVAC, consórcio de vacinas contra o Vírus de Marburg, também participou da reunião.

Vacinação em anel para vírus mortal funcionou contra ebola

De acordo com Ira Longini, bioestatístico da Universidade da Flórida e membro do MARVAC, o plano é tentar uma estratégia de vacinação contra o novo vírus, caso o surto em Ruanda continue.

A estratégia, chamada vacinação em anel, consiste em rastrear e imunizar todas as pessoas que tiveram contato com o indivíduo infectado pelo vírus.

A técnica foi implementada de maneira experimental durante o surto de ebola na África Ocidental, que ocorreu entre 2014 e 2016.

Anteriormente, a OMS aprovou planos para desenvolver uma vacina contra esse novo vírus mortal, bem como tratamentos antivirais, semelhantes aos de combate ao ebola.

Agora, a OMS e os cientistas correm para aprovar os testes de vacina em Ruanda para conter o contágio do vírus. Felizmente, várias vacinas contra o Vírus de Marburg já estão em diferentes fases desenvolvimento.

Uma delas, do Sabin Vaccine Institute, dos EUA, foi considerada segura e gerou resposta imunológica contra o vírus, segundo um estudo publicado em 2023.

Desse modo, os cientistas planejam realizar testes maiores na Uganda e no Quênia.

Mas e como fica a situação em Ruanda?

De acordo com um porta-voz do Sabin Institute, a organização está trabalhando com o governo de Ruanda, mas não informou a quantidade de doses disponíveis da vacina contra o vírus mortal.

Além do Sabin Institute, a Universidade de Oxford desenvolve uma vacina similar, que a OMS considerou uma prioridade para os testes durante um surto do Vírus de Marburg.

A má notícia é que, apesar dos cientistas trabalhando para desenvolver uma vacina, é provável que dados cruciais para aprimorar tais vacinas tenham que surgir durante múltiplos surtos do vírus, segundo Nancy Sullivan, imunologista viral da Universidade de Boston.

“A ideia é seguir com os trabalhos sem se preocupar com o fim do surto. É a penas uma parte do teste geral”, diz Sullivan.

Portanto, pessoas em Ruanda – e em outros países da África – vão morrer até uma vacina efetiva chegar. Isso mesmo com os esforços dos cientistas para combater o novo vírus.

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