Cientistas criam ratinhos com dois pais; saiba o objetivo do experimento

Pesquisadores converteram em laboratório células-tronco de camundongos machos em óvulos. Entenda o processo
Cientistas criam camundongos com dois pais
Imagem: Rama/Wikimedia Commons/Reprodução

Pesquisadores da Universidade de Osaka, no Japão, produziram óvulos a partir de células masculinas de roedores. Com isso, os cientistas conseguiram conceber camundongos saudáveis com dois pais, o que deve abrir portas para estudos sobre infertilidade e reprodução humana.

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Para o procedimento, foi utilizado um método simples de entender. Basicamente, os cientistas criaram uma célula-tronco a partir de uma célula da pele de um camundongo macho. Então, a equipe excluiu o cromossomo Y e duplicou o cromossomo X, obtendo um óvulo.

A prática ainda não foi relatada em revista científica. Por enquanto, os pesquisadores apenas apresentaram seu trabalho durante o Encontro Internacional sobre Edição do Genoma Humano no Instituto Francis Crick, no Reino Unido.

Os cientistas realizaram 600 tentativas de implantes, mas apenas sete geraram filhotes. Os animais, por sua vez, viveram uma vida saudável e tiveram seus próprios descendentes.

Não é a primeira vez cientistas realizam estudos do tipo em camundongos. No entanto, os filhotes gerados anteriormente por técnicas similares não nasceram saudáveis e morreram em pouco tempo.

A equipe acredita que o tratamento poderá estar disponível para humanos em cerca de dez anos. Ele beneficiará não apenas casais do mesmo sexo biológico que desejam ter filhos, mas também mulheres com formas graves de infertilidade, como a síndrome de Turner, em que uma cópia do cromossomo X está ausente ou parcialmente ausente. 

Mas até isso se tornar possível, os pesquisadores precisam estudar o método e garantir sua segurança. As células humanas requerem longos períodos de cultivo para produzir um óvulo maduro, o que pode aumentar o risco de alterações genéticas indesejadas.

Questões éticas também podem surgir com o avanço de pesquisas do tipo. De toda forma, esse não deixa de ser um grande passo dentro de estudos sobre reprodução.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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