Ciência

Cientistas criam “solo eletrônico” que ajuda no crescimento das plantas

Principal benefício de usar a "terra eletrônica" é fazer cultivo hidropônico de forma eficiente com diversas plantas
Imagem: Thor Balkhed/Universidade de Linköping

Cientistas da Universidade de Linköping, na Suécia, estão desenvolvendo o que pode ser a solução para acelerar o crescimento das plantas de forma mais sustentável. Os pesquisadores criaram o eSoil, uma espécie de “solo eletrônico”.

O composto é feito de substâncias orgânicas misturadas com um polímero condutor. O material é utilizado na construção de telas OLED, por exemplo. Por isso o apelido de “solo eletrônico”.

Segundo os pesquisadores, a substância é adaptável ao cultivo em espaços hidropônicos, capaz de acelerar o crescimento de plantas.

No cultivo hidropônico, as plantas necessitam apenas de água, nutrientes e um substrato ao qual suas raízes possam se fixar, sendo realizado sem solo. Plantações de alface, feijão-vagem, melão, arroz e mudas de árvores já utilizam esse método.

Vantagens da nova tecnologia

O principal benefício de usar a “terra eletrônica” é a possibilidade de fazer cultivo hidropônico não só de alface ou arroz, mas também de outros grãos, como cevada. Aliás, a técnica promete uma taxa de crescimento maior do que o habitual, graças à estimulação elétrica.

O eSoil compreende substâncias orgânicas misturadas com um polímero condutor denominado PEDOT. A aplicação de uma voltagem tão pequena quanto 0,5 V no eSoil estimula eletricamente as raízes, explicou em um comunicado Eleni Starvrinidou, que liderou o estudo.

Isso, por sua vez, resulta num aumento na biomassa das plantas estimuladas eletricamente, quando comparadas com as sementes não estimuladas.

“Dessa forma, podemos fazer com que as mudas cresçam mais rápido e com menos recursos. O que descobrimos é que as mudas processam o nitrogênio de forma mais eficaz, mas ainda não está claro como a estimulação elétrica impacta esse processo”, diz Eleni Starvrinidou.

Os estudos devem continuar, já que os pesquisadores ainda não conhecem completamente quais os mecanismos biológicos envolvidos na reação.

Stavrinidou acredita que o novo estudo abrirá caminho para novas áreas de pesquisa para desenolver ainda mais o cultivo hidropônico.

Gabriel Andrade

Gabriel Andrade

Jornalista que cobre ciência, economia e tudo mais. Já passou por veículos como Poder360, Carta Capital e Yahoo.

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