Ciência

Cientistas criam vacina universal para futuros coronavírus

Com proteínas de diversos tipos de coronavírus, até daqueles que não foram descobertos, vacina universal pode evitar futuras pandemias
Imagem: Mufid Majnun/ Unsplash/ Reprodução

Cientistas de Cambridge, Oxford (ambos do Reino Unido) e do Instituto de Tecnologia da Califórnia (EUA) criaram uma vacina universal com potencial para proteger contra uma ampla gama de coronavírus — incluindo aqueles nem mesmo foram descobertos. A iniciativa dá início a uma mudança de estratégia no enfrentamento de microrganismos que podem causar danos à saúde.

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Assim, as vacinas são criadas antes que um vírus potencialmente pandêmico surja. A OMS (Organização Mundial da Saúde) já havia alertado sobre a importância do preparo para novas pandemias, especialmente de doenças ainda desconhecidas.

Por enquanto, a vacina universal foi testada apenas em ratos de laboratório e os resultados foram publicados na revista Nature Nanotechnology. Dessa forma, ainda são necessários ensaios clínicos, em humanos, para garantir a eficácia e segurança de seu uso. 

Como funciona a vacina universal

A vacina universal contém diversas proteínas que são comuns em diferentes tipos de coronavírus. Elas são anexadas em nanopartículas que são, então, injetadas no organismo de uma pessoa.

Como as proteínas são inofensivas, elas estimulam o sistema imune a produzir defesa contra essas estruturas, de forma que as células imunológicas ataquem os vírus. E, por injetar  proteínas que são compartilhadas em muitos tipos diferentes de coronavírus, a proteção que ela induz é extremamente ampla.

Isso faz com que seja eficaz contra vírus conhecidos e desconhecidos na mesma família. Por exemplo, os testes em ratos de laboratório mostraram que a vacina induziu a resposta imune contra o Sars-Cov-1, que causou surto de doenças em 2003.

O avanço na ciência

Embora ainda precise ser testada em humanos, caso a vacina universal seja realmente eficaz, órgãos reguladores, como a FDA e a Anvisa terão de determinar como será seu uso. De acordo com os autores do estudo, essas agências de regulação ainda não têm procedimentos para a vacinação pró-ativa.

Dessa forma, eles acreditam que o imunizante possa ser uma opção de dose de reforço, por exemplo para a Covid-19. O mais provável é que os países mantenham estoques da vacina.

“No caso de um coronavírus ou outro patógeno se cruzarem, você poderia ter estoques pré-existentes de vacinas prontas e um plano claro para escalar rapidamente a produção, se necessário”, explicou Rory Hills, principal autor do estudo, ao The Guardian.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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