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Cientistas descobrem inseto comedor de plástico no Quênia

No estudo, cientistas do Centro Internacional de Ecologia e Fisiologia de Insetos descobriram que o inseto come poliestireno, tipo de plástico comum em isopores

Cientistas descobrem que larva de inseto do Quênia come e degrada plástico

Cientistas do Centro Internacional de Ecologia e Fisiologia de Insetos, em Nairóbi, descobriram um aliado improvável para lutar contra o lixo plástico: um inseto nativo do Quênia. A larva do besouro Alphitobius diaperinus come e degrada plástico, o que pode ser útil para combater a poluição de plástico na África.

O continente africano é o segundo que mais sofre com a poluição de plástico, apesar de produzir apenas 5% dessa poluição, de acordo com dados da OMS.

Aliás, apesar de nativo do Quênia, o inseto da espécie de besouro Alphitobius diaperinus, conhecido como larva da farinha, já está espalhado por todo o planeta.

Porém, em um estudo publicado na revista Nature, os cientistas revelaram que esse inseto que come plástico pode ser uma subespécie exclusiva do Quênia.

No estudo, os cientistas descobriram que o inseto come poliestireno, um tipo de plástico muito comum em isopores. 

“A descoberta se alinha com outros estudos sobre larvas-de-farinha ao redor do mundo, mas a larva do Quênia é a primeira de um inseto nativo da África”, afirma Fathiya Khamis, autora do estudo e pesquisadora do Centro Internacional de Ecologia e Fisiologia de Insetos (ICIPE).

Os cientistas descobriram que a larva desse inseto consegue comer quase a metade do poliestireno. Se o plástico for misturado com grãos e farelos, o inseto é capaz comer ainda mais plástico e mais rapidamente.

As bactérias no intestino da larva desse inseto são essenciais para digerir os complexos polímeros do plástico. O papel de digerir o poliestireno em si fica por conta de comunidades microbiais de diversos gêneros, como Kluyvera e Lactococcus.

Assim, o plástico se torna algo simples para as larvas do inseto do Quênia, com um processo de ingestão fácil e seguro.

Ampliar o número das bactérias que digerem o plástico no intestino das larvas pode otimizar o processamento de plásticos sem causar danos ao inseto, de acordo com os cientistas.

Além disso, os cientistas podem conseguir identificar e especificar as cepas e enzimas responsáveis por quebrar o poliestireno. E isso que pode ser extremamente benéfico para reciclagem de isopor.

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