Ciência

Elefantes do Quênia chamam uns aos outros pelo nome próprio

Um algoritmo de inteligência artificial analisou os chamados de duas manadas distintas de espécie de elefantes da savana, no Quênia.
Imagem: X/Reprodução

Os elefantes da África podem se dirigir uns aos outros com chamados individualizados similares à maneira como os humanos usam nomes, sugere um novo estudo. Outros animais, como os golfinhos e os papagaios, também usam sons exclusivos para chamar mutualmente, mas os elefantes africanos do Quênia vão além.

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O estudo, publicado na revista acadêmica Nature Ecology and Evolution, na segunda-feira (10), afirma que os elefantes são a primeira espécie além da humana a aprender a usar nomes que não envolvem imitações.

Os pesquisadores utilizaram um algoritmo de IA (Inteligência artificial) para analisar os chamados de duas manadas distintas da espécie de elefantes da savana no Quênia. Segundo o estudo, esses elefantes “aprendem, reconhecem e usam nomes individualizados para se dirigir a outros elefantes, aparentemente sem fazer imitações”.

IA detectou chamados

O bramido dos elefantes, ou seja, o som que eles fazem, possui três categorias. Assim como os humanos, os elefantes emitem sons para saudar outro elefante que se aproximar. Também há os de bramidos de contato, para chamar um elefante que estiver distante, e o bramidos que as fêmeas adultas usam para cuidar dos filhotes.

O estudo observou esses três tipos de bramidos. O modelo de IA analisou gravações de 469 chamados de grupos de fêmeas e filhotes feitas entre 1986 e 2022.

O autor da pesquisa, Mickey Pardo, da Universidade Estadual do Colorado, nos EUA, afirma a estrutura acústica dos chamados possuem variações dependendo de quem os elefantes querem chamar. Os elefantes adultos são mais prováveis a usar nomes para chamar os filhotes, indicando que a habilidade demora anos para se desenvolver.

A inteligência artificial conseguiu identificar corretamente 27,5% dos chamados, o que, de acordo com o estudo, é um número significativamente superior se o modelo fosse alimentado com dados aleatórios.

Isso sugere, portanto, que há algo específico nos bramidos dos elefantes que faz com o que o modelo possa identificar quem está sendo chamado.

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