Cientistas descrevem com requintes o bumbum do psitacossauro

Segundo a pesquisa o reto do animal é bem diferente do mesmo órgão dos pássaros, os parentes ainda existentes mais próximos dos dinossauros.
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imagem: Bob Nichols-Paleocreations / reprodução

Existe limite para a ciência? Talvez a resposta seja não, e prova disso é que um estudo do ano passado mostrou uma grande descoberta da paleobiologia — ciência que estuda os organismos do passado geológico da Terra — que descreveu com detalhes o bumbum do psitacossauro.

Cloaca, assim é chamado a parte traseira do psitacossauro, e o motivo do estudo é que até então, nenhum outro cientista havia conseguido acessar essa parte do animal.

Essa é a primeira vez que cientistas encontram uma cloaca de psitacossauro. Esse é um órgão que está presente na maioria dos répteis e aves na parte final do sistema digestório, responsável pela evacuação das fezes e urina, o órgão ainda tem função reprodutora.

Um dos cientistas responsáveis pela pesquisa, explicou como encontrou uma cloaca para as pesquisas e como a reproduziu com a ajuda da tecnologia.

Vinther ainda explicou que o interesse pela cloaca do psitacossauro veio há alguns anos, e como base de reconstrução, ele e sua equipe usaram um fóssil que estava em exibição no Museu Senckenberg, na Alemanha, que estava com o padrão de cores e ângulos bem preservados.

“Demorou muito tempo antes de terminarmos porque ninguém nunca se importou em comparar o exterior das aberturas cloacais de animais vivos, então era um território em grande parte inexplorado”, ressaltou.

Segundo o pesquisador, o reto do animal é bem diferente do mesmo órgão dos pássaros, os parentes ainda existentes mais próximos dos dinossauros.

“Parece um pouco com a abertura posterior de um crocodilo, mas é diferente. É sua própria cloaca, moldada de maneira única e perfeita”, disse Vinther.

Essa foi a primeira cloaca da espécie encontrado que ainda estava preservada, mas devido à maneira como o fóssil foi posicionado, a anatomia interna dessa abertura não foi preservada; apenas a ventilação externa é visível. Ou seja: havia muitas informações que os pesquisadores não conseguiram avaliar.

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“Descobrimos que o respiradouro parece diferente em muitos grupos de tetrápodes, mas na maioria dos casos não diz muito sobre o sexo de um animal. Essas características distintivas estão escondidas dentro da cloaca e, infelizmente, não estão preservadas neste fóssil”, disse Diane Kelly, anatomista e especialista em sistema reprodutivo animal.

Com a descoberta, cientistas paleobiólogos esperam responder enigmas sobre o sistema reprodutor e excretor dos dinossauros, bem como outras semelhanças com espécies ainda vivas.

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