Cientistas desvendam mistério das resistentes construções romanas
Edifícios romanos como o Panteão e o Coliseu estão em pé há mais de 2 mil anos. Essas construções resistiram ao tempo e se mostraram mais duradouras do que os prédios levantados com o concreto atual. Mas afinal, o que tornava o material antigo mais resistente?
Foi isso que uma equipe formada por cientistas dos Estados Unidos, Itália e Suíça tentaram descobrir. Para isso, os pesquisadores analisaram uma amostra de concreto retirada de um sítio arqueológico em Priverno, na Itália, que se assemelhava a outros materiais encontrados em todo o Império Romano.
A resposta estava em pedaços brancos no meio do concreto que anteriormente foram atribuídos a uma mistura mal feita do cimento. Hoje, os cientistas veem que as irregularidades não eram um problema, mas sim a solução.
Essas manchas representam os chamados clastos de cal. Os antigos romanos formavam esses pedaços ao adicionar cal virgem ao concreto e aquecer a mistura a altas temperaturas.
Para entender como o concreto durava tanto, os cientistas produziram o material da forma atual e antiga, rachando as placas propositalmente e comparando os resultados. Segundo a equipe, mesmo após duas semanas do experimento, a água não passava pelo concreto feito com a receita romana.
Ao que parece, os clastos de cal podem se dissolver em rachaduras e recristalizar após a exposição ao líquido. Dessa forma, as infiltrações são evitadas. O estudo completo foi publicado na revista Science Advances.
A fabricação de concreto representa hoje cerca de 8% das emissões globais de gases de efeito estufa. Por conta disso, os cientistas recomendam que o material volte a ser produzido da maneira antiga, tendo assim uma massa mais resistente e, consequentemente, mais sustentável.