Ciência

Cientistas detectam inchaço na “Montanha de Deus” na Tanzânia

Monitoramento de elevação no vulcão pode servir como sistema de alerta para as comunidades ao redor na Tanzânia
Imagem: Reprodução/Virginia Tech

Em um artigo recente da Geophysical Research Letters, pesquisadores da universidade norte-americana Virginia Tech detectaram via satélite um curto movimento de “deformação transitória” no Ol Doinyo Lengai (“Montanha de Deus” na língua Maasai) — um vulcão ativo da Tanzânia.

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O movimento acontece quando a terra ao redor de um vulcão incha momentos antes de ele entrar em erupção. De acordo com o estudo, o aumento da pressão no reservatório de magma pode fazer com que a terra fique saliente. Porém, quando a pressão diminui, o reservatório esvazia e a terra recua.

A estudante de pós-graduação Ntambila Daud, que trabalha com a Professora D. Sarah Stamps, no Laboratório de Geodésia e Tectonofísica da Virginia Tech, disse que a pesquisa “pode ajudar as autoridades da Tanzânia a ter uma ideia melhor do que está acontecendo com o vulcão”.

Vulcão único

O Ol Doinyo Lengai é o único vulcão ativo no mundo que produz lava de carbonatito. A coloração é incomum: irrompe em preto ou cinza, mas branco após esfriar. Suas erupções representam uma ameaça constante às comunidades vizinhas, bem como ao turismo e ao tráfego aéreo.

Os registros de erupções do vulcão remontam à década de 1880. Desde então, ele continua periodicamente ativo. Em 2016, a equipe instalou seis sensores nos flancos do vulcão para coletar dados geodésicos de alta precisão obtidos pelo GNSS (Global Navigation Satellite Systems). Esses dados permitem que um pesquisador meça a forma geométrica da Terra. Além disso, um sismômetro monitora tremores e inchaços ao redor do vulcão.

Usando os dados GNSS, Daud criou modelos de computador que detectam potenciais sinais vulcânicos através de mudanças no reservatório de magma. A equipe avaliou sete anos de dados contínuos para sinais transitórios. Assim, encontraram uma rápida elevação abrangendo março de 2022 a dezembro de 2022, além de uma elevação estável até agosto de 2023.

Segundo Daud, “se a diferença entre os dados e o padrão esperado for três vezes maior, isso indica deformação transitória no movimento da superfície”.

Além de servir como um possível sistema de alerta precoce para as comunidades na Tanzânia. Além disso, a técnica foi aplicada a outros vulcões, como o Long Valley Caldera, na Califórnia, e o vulcão Akutan, no Alasca.

Isabela Oliveira

Isabela Oliveira

Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.

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