Ciência

Cientistas estimulam nervo vago e conseguem regular produção de insulina em ratos

Por meio de técnica chamada optogenética, pesquisadores estimularam parte do nervo vago conectada ao pâncreas, aumentando produção de insulina
Imagem: Wikimedia Commons/ Reprodução

O pâncreas é uma glândula muito importante para o funcionamento do organismo. É ali, em suas células beta (células β), que a insulina é produzida. A partir disso, controla o nível de glicose no sangue e a energia que os tecidos recebem. 

Quando há um problema com as células β, uma pessoas pode desenvolver diabetes, uma doença crônica que está entre as principais causas de mortes no mundo entre 2000 e 2019. Por isso, pesquisadores buscam há tempos uma alternativa de tratamento que aumente a quantidade das células pancreáticas.

Isso parecia impossível – até agora. Um novo estudo revelou que estimular o nervo vago que se conecta ao pâncreas pode melhorar a função da glândula e a quantidade de células β.

Por enquanto, o estudo foi realizado apenas em ratos de laboratório, por cientistas da Faculdade de Medicina da Universidade de Tohoku, no Japão. Os resultados foram publicados na revista Nature Biomedical Engineering.

Entenda a pesquisa

Para isso, os pesquisadores utilizaram a optogenética. Ela consiste em uma técnica que usa a luz para controlar a atividade de alguns tipos de células. 

Nesse caso, conseguiram aplicar a luz no nervo vago de ratos de laboratório que tinham diabetes por deficiência de insulina, estimulando individualmente apenas o pedaço conectado ao pâncreas dos animais.

Surpreendentemente, a técnica ativou as células β em termos de qualidade e quantidade.

Quando seguiram com os estímulos ao longo de duas semanas, os pesquisadores notaram que o número de células β mais que dobrou. Além disso, a parte nova do tecido pancreático também era capaz de produzir insulina.

“Esse método inovador levou a um aumento acentuado na quantidade de insulina no sangue quando o açúcar foi administrado, indicando uma melhoria na função das células β”, explicam os autores no estudo.

Dessa forma, os pesquisadores se mostraram animados pela possibilidade de esse ser um novo tratamento para a diabetes. Ainda assim, os experimentos precisam seguir fases de testes em pessoas, durante ensaios clínicos. 

“Esperamos que nossas conquistas levem ao desenvolvimento de novas estratégias e métodos preventivos para o diabetes. Também esperamos que isso avance nossa compreensão dos mecanismos que regulam a função e o número das células β pancreáticas, bem como as causas do diabetes“, afirma Junta Imai, autor do estudo.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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