Ciência

Resistência à insulina é silenciosa e precursora da diabetes, entenda

Dia Mundial de Combate à Diabetes: mesmo sem produzir sintomas, a resistência à insulina afeta a absorção de glicose nas células e é mais comum do que se imagina
Imagem: Elena Leya/ Unsplash/ Reprodução

A resistência à insulina virou assunto na internet após medicamentos como o Ozempic e o Mounjaro bombarem nas redes sociais. Ambos foram aprovados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para uso no controle da diabetes, doença da qual a resistência à insulina é precursora.

A insulina é um hormônio que auxilia as células a usar o açúcar ingerido em uma refeição. Dessa forma, ela controla os níveis de glicose no sangue e alimenta os tecidos do organismo, convertendo o açúcar em energia. 

De modo geral, a resistência à insulina acontece quando o corpo para de responder adequadamente ao hormônio. Isso faz com que as células não absorvam açúcar o suficiente, o que engatilha mais produção de insulina. 

Com o tempo, o pâncreas passa a não conseguir acompanhar essa alta demanda. Quando isso acontece, muito provavelmente uma pessoa desenvolve pré-diabetes ou a diabetes tipo 2.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, cerca de 90% dos brasileiros adultos que possuem diabetes têm resistência à insulina.

Há mais de 16 milhões de brasileiros com a doença, de forma que o Brasil é o 5º país com mais incidência de diabetes no mundo, segundo o Atlas do Diabetes. Desse número, cerca de 90% têm resistência à insulina, de acordo com Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).

Além disso, estima-se que o país tem aproximadamente 40 milhões de pré-diabéticos, o que pode aumentar ainda mais a quantidade de pessoas com resistência à insulina, considerando que ela é precursora desses casos. 

Como identificar a resistência à insulina

Em geral, pessoas cujos pais têm diabetes tipo 2 já possuem predisposição a desenvolver resistência à insulina. Além disso, há fatores de risco, como a grande quantidade de gordura na região abdominal, nível elevado de gordura no sangue (triglicerídios), pressão sanguínea alta, baixo HDL (conhecido como bom colesterol) e excesso de glicose no sangue.

Segundo a SBEM, ter três ou mais dos fatores acima é um sinal da presença da resistência insulínica.

Outros sinais são a falta de energia e a fome constantes, o ganho de peso e alterações no ciclo menstrual. Algumas pessoas com resistência à insulina também desenvolvem manchas escuras ou verrugas na pele, especialmente nas dobras do corpo.

No entanto, para identificar a resistência à insulina, o ideal é realizar exames de sangue periódicos, ainda que sem sinais e sem a presença de fatores de risco. Para isso, a busca por um profissional da saúde especializado é essencial.

A partir daí, é possível traçar um plano para evitar que a condição se torne algo mais grave — o que pode envolver atividades físicas regulares, redução de estresse e perda de peso, por exemplo.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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