Cientistas estudam vacina para prevenir rejeição de órgão em transplantes
Um subtipo específico de células do sistema imunológico, chamado T CD8, pode jogar contra o organismo e, em vez de ajudar na defesa, facilitar a vida de doenças autoimunes e rejeição de órgãos de transplantes, por exemplo.
Pensando nisso, pesquisadores desenvolveram uma vacina na tentativa de regular novamente a produção dessas células. O objetivo é evitar que a resposta imunológica do organismo aconteça de maneira exacerbada.
O estudo foi uma parceria de pesquisadores do Departamento de Medicina e do Centro de Pesquisa em Transplantes do Brigham and Women’s Hospital, dos EUA. Eles também contaram com a colaboração de cientistas do Instituto de Câncer Dana-Farber, também dos EUA.
Por enquanto, a vacina foi testada apenas em ratos de laboratório, o que significa que ainda é necessário checar seus efeitos em humanos. Os resultados foram publicados na revista Journal of Clinical Investigation em novembro.
Entenda a pesquisa
A vacina contém peptídeos (moléculas de aminoácidos combinadas) naturais, mas com modificações feitas de forma sintética. Dessa forma, essas substâncias sinalizam quais são as células imunológicas prejudiciais, autodestrutivas.
Além disso, também estimulam as células reguladoras, que atacam e eliminam as anomalias. Então, o sistema imunológico se estabiliza e funciona adequadamente.
Esse modelo foi testado em ratos de laboratório que haviam passado por um transplante de rins, cientificamente chamado de aloenxerto. O nome caracteriza transpantes realizados entre indivíduos geneticamente diferentes. Por exemplo, quando uma pessoa recebe a doação de um órgão de outra.
Por fim, os resultados da pesquisa demonstraram que a vacina estimulou e promoveu essas células T reguladoras que, por sua vez, mantiveram as células prejudiciais sob controle. Dessa forma, ela preveniu inflamações e prolongou a sobrevivência do transplante de rins em camundongos.
Agora, pesquisadores pretendem testar a vacina em humanos em breve. Se o imunizante funcionar, a técnica pode ser chave para proteger pessoas com doenças autoimunes ou pacientes com órgãos transplantados.