Transplante de medula óssea remove todos os sinais de HIV em duas pessoas
Este ano está sendo bastante promissor para o tratamento do HIV. Primeiro, um bebê foi curado do vírus; em seguida, 14 adultos foram tratados com sucesso usando antirretrovirais. Agora, dois homens infectados há anos pelo HIV não precisam mais usar antirretrovirais, graças a um transplante de medula óssea. Estamos mesmo chegando lá.
Um dos homens se infectou com HIV “nos primeiros anos da epidemia”; o outro, enquanto era bebê. Ambos receberam transplantes de medula óssea no DFBWCC (Dana-Farber/Brigham e Centro de Câncer da Mulher) nos EUA, para o tratamento de câncer de sangue.
No entanto, os testes mostraram que, à medida que suas células eram substituídas pelas de um doador, o nível de HIV presente no sangue caía de forma constante, até se tornar indetectável.
Desde então, eles pararam de tomar a medicação antirretroviral, e não houve nenhum retorno do vírus. Os médicos também não conseguiram encontrá-lo nos tecidos dos dois homens. Mas, como o HIV pode ficar dormente em níveis baixos, e posteriormente tornar-se ativo, eles estão sendo monitorados de perto. A pesquisa foi apresentada esta semana durante a conferência da Sociedade Internacional de Aids, em Kuala Lumpur.
Não é a primeira vez que transplantes de medula óssea foram usados para tratar o HIV. Já em 2010, um paciente em Berlim foi submetido a um procedimento semelhante, recebendo medula de um doador que tinha resistência genética ao HIV. Tais doadores são incrivelmente difíceis de encontrar; no entanto, neste caso mais recente, utilizaram-se doadores comuns.
Só que esta não é uma forma prática. Há uma taxa de mortalidade de 15% a 20% ligada ao transplante de medula, e até mesmo os medicamentos utilizados – que suprimem a reação do sistema imunológico às células do doador – podem causar problemas aos pacientes, especialmente quem tem HIV.
Mesmo assim, esta é uma descoberta médica incrível. Ainda não dá para proclamar que podemos curar o HIV, mas parece que estamos chegando cada vez mais perto. [IASC via The Guardian]