Cientistas identificam molécula que consegue prevenir mecanismo do Parkinson
Segundo novo estudo publicado na revista Cell Reports Physical Science, uma molécula da proteína alfa-sinucleína conseguiu prevenir que a mesma se transformasse em um emaranhado. A deformação é comum em casos de Parkinson, o que leva a crer que a pesquisa abre novos caminhos para o desenvolvimento de tratamentos para a doença.
Uma proteína, sua deformação e o Parkinson
A alfa-sinucleína é uma proteína encontrada em células cerebrais e, como todas as proteínas, ela é composta por uma longa cadeia de aminoácidos. Quando ela é produzida, essa cadeia se dobra para formar uma sequência tridimensional.
No entanto, à medida que uma pessoa envelhece, a forma tridimensional da proteína pode se deformar. Isso faz com que ela comece a se aglomerar, formando algo parecido com um emaranhado.
Com o passar do tempo, esses emaranhados apenas continuam a se acumular, formando fibras. Dessa forma, interferem na função normal, o que eventualmente pode matar as células cerebrais.
Em geral, essa deformação está associada a doenças neurodegenerativas, como o Parkinson e outras demências.
A molécula anti-emaranhado
Para o novo estudo, pesquisadores utilizaram um peptídeo, que é um pequeno fragmento de proteína. Esse peptídeo foi retirado de uma extremidade da cadeia da alfa-sinucleína.
Em seguida, os cientistas misturaram o peptídeo com amostras da sequência tridimensional completa da própria alfa-sinucleína em uma simulação in vitro.
Como resultado, eles descobriram que o fragmento preveniu a deformação da cadeia de aminoácidos, estabilizando sua estrutura. Dessa forma, conseguiu evitar que a alfa-sinucleína formasse os aglomerados.
“Se pudéssemos fazer um diagnóstico antes que os sintomas se apresentem e bloquear a deformação da alfa-sinucleína nos estágios mais iniciais, que antecedem a formação de aglomerados, poderíamos desacelerar a progressão da doença em vez de apenas gerenciar os sintomas após o dano já ter sido causado”, explica Jody Mason, autor do estudo.
Além disso, os resultados do estudo podem auxiliar o desenvolvimento de novos medicamentos que tratam os estágios iniciais do Parkinson.
Por enquanto, os pesquisadores pretendem testar diferentes variações do peptídeo em células cerebrais cultivadas em laboratório.