Alerta de colisão: cientistas mapeiam áreas de risco para aves migratórias
O Acordo de Paris estabelece que os países ao redor do mundo devem alcançar a neutralidade de carbono até 2050. Além do uso de carros elétricos e do reflorestamento, uma opção para alcançar a meta é ampliar o uso de energias renováveis.
A energia eólica entra nesse pacote, desde que suas turbinas sejam construídas com cuidado. Isso porque as estruturas, assim como as linhas de energia, representam risco de colisão para aves migratórias. O problema da poluição deve ser resolvido, mas sem que as espécies sejam colocadas em perigo.
Como forma de mitigar o problema, pesquisadores da Universidade de East Anglia, no Reino Unido, mapearam os locais da Europa e do norte da África que não poderiam receber terminais de energia limpa por estarem em rota de colisão com as aves.
Para isso, os cientistas utilizaram dados de GPS recolhidos de 1.454 aves de 27 espécies. Todas as informações foram obtidas a partir de estudos de rastreamento passados. O novo artigo foi publicado no Journal of Applied Ecology.
De acordo com os pesquisadores, os locais mais perigosos estão localizados em zonas costeiras e próximos de locais de reprodução. Entram nessa conta a costa mediterrânea ocidental da França, o sul da Espanha, a costa marroquina –como ao redor do Estreito de Gibraltar–, o leste da Romênia, a Península do Sinai e a costa báltica da Alemanha.
Os cientistas também analisaram as localizações de parques eólicos e linhas de energia que já existem, marcando as regiões que ameaçam as aves migratórias. Com esses dados, as autoridades podem desenvolver medidas adicionais visando a redução de danos.
“Tais medidas podem incluir a marcação de linhas de energia para torná-las mais visíveis e a implementação de sistemas para permitir o desligamento de turbinas eólicas durante períodos de alto tráfego de aves”, explicou Jethro Gauld, autor do estudo, em comunicado.