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Cientistas da NASA desenvolveram um respirador de produção rápida em apenas 37 dias

Especializados em foguetes, engenheiros do JPL, da NASA, desenvolveram um respirador em um curto espaço de tempo que pode ajudar no tratamento de COVID-19.

Seis membros dos 12 engenheiros envolvidos na criação do VITAL, um novo respirador para pacientes de COVID-19. Crédito: NASA/JPL-Caltech

Seis membros dos 12 engenheiros envolvidos na criação do VITAL, um novo respirador para pacientes de COVID-19. Crédito: NASA/JPL-Caltech

Conheça o VITAL, um respirador protótipo projetado expressamente para produção rápida e em massa. Desenvolvido por engenheiros da NASA, o dispositivo poderia aliviar a escassez de suprimentos em andamentos nos EUA e em vários países, à medida que a pandemia de COVID-19 evolui.

A NASA tem uma quantidade abundante de talentos, e é bom ver a agência espacial utilizando-a para este período tão desafiador.

“Somos especializados em naves espaciais, não na fabricação de dispositivos médicos”, disse Michael Watkins, diretor do JPL (Laboratório de Propulsão a Jato da NASA), em comunicado da agência espacial dos EUA. “Mas boa engenharia, testes rigorosos e prototipagem rápida são algumas das nossas especialidades. Quando as pessoas do JPL perceberam que poderiam ter o que é preciso para apoiar a comunidade médica e a comunidade em geral, eles sentiram que era seu dever compartilhar sua engenhosidade, experiência e motivação”.

Seus esforços resultaram em um ventilador de alta pressão chamado VITAL, que significa Ventilator Intervention Technology Accessible Locally. O dispositivo, desenvolvido em apenas 37 dias, ainda precisa ser aprovado pela FDA (Food and Drug Administration) dos EUA, mas pode aliviar a pressão em hospitais e outros locais de assistência médica durante a pandemia de COVID-19.

O fato de os ventiladores serem escassos nos EUA e em outros lugares é frustrante, mas também compreensível. Como a diretora de saúde pública do Canadá, Theresa Tam, disse: “Se você viu uma pandemia, viu uma pandemia”, o que significa que elas são únicas em termos de patologia e progressão da doença. Esta doença é particularmente brutal nos pulmões, daí a necessidade de mais respiradores do que estão prontamente disponíveis.

Obviamente, os respiradores não são milagrosos. Estatísticas recentes da cidade de Nova York mostram que 88% dos pacientes de COVID-19 conectados a respiradores sucumbiram à doença. Isso é desanimador, mas ainda tem um impacto material em termos de vidas totais salvas.

O VITAL poderia ajudar a aliviar a escassez, pois pode ser construído e mantido com mais rapidez e facilidade do que os projetos convencionais. Requer menos componentes, muitos dos quais podem ser adquiridos através das cadeias de suprimentos existentes. O VITAL também possui um formato flexível, o que significa que pode ser adaptado para vários ambientes de assistência médica, como hospitais de campo, quadras de basquete, centros de convenções, hotéis ou qualquer outro local em que os pacientes possam ser tratados.

Como outros ventiladores, o VITAL exigirá que os pacientes sejam sedados e um tubo inserido nas vias aéreas. O VITAL faz o resto depois disso, fornecendo ventilação assistida mecanicamente para pacientes que não conseguem mais respirar por conta própria ou que voltaram a uma condição grave chamada síndrome do desconforto respiratório aguda.


Médicos do Icahn School Medicine no Monte Sinai na cidade de Nova York dão ok após testarem um respirador protótipo desenvolvido pela NASA. Crédito: Icahn School of Medicine at Mount Sinai

O VITAL tem uma vida útil limitada e as máquinas não devem ser usadas por mais de vários meses. Os ventiladores hospitalares tradicionais, em comparação, podem durar anos. A NASA disse que o VITAL é uma solução feita para ajudar com a pandemia de COVID-19.

O próximo passo é que o dispositivo seja aprovado pela FDA, o que a NASA disse que parece provável, uma vez que o dispositivo teve um bom desempenho durante os testes no Laboratório de Simulação Humana do Monte Sinai. Além disso, a NASA está usando uma rota rápida de emergência, na qual os conceitos podem se aprovados pelo regulador em dias, em vez de anos.

Esta solução da NASA para a falta de ventilação não é a única. Um grupo de voluntários do MIT, por exemplo, criou recentemente um projeto, chamado Spiro Wave, que foi aprovado pelo FDA.

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