Ciência

Cientistas podem ter descoberto como criar o raio trator de “Star Trek”

Cientistas australianos desenvolveram nova tecnologia que lembra o raio trator de “Star Trek”. Confira a sua aplicação
Imagem: YouTube/Reprodução

O raio trator, uma tecnologia comum na ficção científica — principalmente em “Star Trek” — pode virar realidade em breve. Segundo cientistas australianos, essa tecnologia pode revolucionar procedimentos médicos, sobretudo nas biopsias.

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Vale lembrar que a franquia “Star Trek” lançou vários conceitos de tecnologias “futuristas” que, posteriormente, foram anunciados na vida real, como tablets, chamadas de vídeo e celulares flip, entre outros. Nas últimas décadas, vários cientistas desenvolveram tecnologias que lembram o raio trator, mas a aplicabilidade de agarrar e mover objetos nem chega perto do que é demonstrado na ficção.

Em “Star Trek”, por exemplo, o raio trator consiste no uso de raios feitos de partículas de gráviton para criar um padrão de energia especial. É assim que eles conseguem puxar ou mover objetos a distância, como naves, cargas ou mesmo asteroides. Veja no vídeo abaixo:

Na vida real, já foram desenvolvidos “pinças ópticas” usando lasers especiais que conseguem mover objetos minúsculos, como átomos ou células. Agora, os cientistas do TMOS (Centro de Excelência para Sistemas Meta-ópticos Transformadores do Conselho Australiano de Pesquisa) melhoraram as técnicas desenvolvidas até então.

Raior trator da vida real

Segundo o TMOS, essa tecnologia pode revolucionar procedimentos médicos, sobretudo biopsia, tornando-as menos invasivas.  Aliás, com a nova técnica, eles não apenas conseguem empurrar, como também extrair fragmentos de tecidos para biopsia. Atualmente, o procedimento de biopsia envolve agulhas e fórceps, que podem danificar os tecidos. Portanto, o raio trator poderia ser uma opção menos invasiva, além de minimizar o trauma das células.

De acordo com o estudo, o centro dessa tecnologia é a difração de ondas eletromagnéticas por sistemas de três feixes de solenoide, consistindo em três feixes de luz interligados que formam uma estrutura na forma de um túnel. Os cientistas desenvolveram essa onda eletromagnética ao passar um feixe de Gauss por uma metassuperfície desenvolvida especialmente para agir como um estêncil de luz. A metassuperfície, feita de silício com nanofabricação em um painel de vidro, modifica as ondas eletromagnéticas.

Traduzindo, o sistema de três feixes funciona similarmente a uma “broca puxando serragem”. O raio trator usa os três feixes para grudar em uma partícula, semelhante às pinças ópticas, mas o movimento do feixe oferece a tração necessária para puxar as partículas. Outra inovação é que a nova tecnologia é mais portátil.

Além disso, a técnica aperfeiçoou o design do raio de estudos anteriores para reter mais energia durante a conversão eletromagnética.

No entanto, embora o termo “raio trator” evoque a imagem das tecnologias interestelares de “Star Trek”, sua aplicação mais plausível não será no espaço, mas em um futuro próximo na medicina.

Os cientistas publicaram a descoberta na revista acadêmica ACS Photonics, no último dia 17.

Pablo Nogueira

Pablo Nogueira

Jornalista e mineiro. Já escreveu sobre tecnologia, games e ciência no site Hardware.com.br e outros sites especializados, mas gosta mesmo de falar sobre os Beatles.

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