A comunidade científica está em um intenso debate sobre a possibilidade de estarmos vivendo uma nova era geológica, denominada Antropoceno, marcada pela influência humana no planeta. Recentemente, a proposta de oficializar o Antropoceno como uma nova época geológica foi rejeitada por um grupo de geólogos.
O termo Antropoceno, que significa “a era dos humanos”, foi proposto para descrever o período atual da história da Terra. No qual as atividades humanas têm causado impactos significativos no meio ambiente e nos sistemas geológicos.
A ideia ganhou força com a descoberta de traços geoquímicos de plutônio, resultantes de testes de bombas atômicas. Além disso, também a descoberta de partículas de queima de combustíveis fósseis em sedimentos geológicos.
Apesar dessas evidências, a Subcomissão de Estratigrafia Quaternária votou contra a proposta do Antropoceno por 12 votos a 4. Os membros argumentaram que ainda é cedo para definir as mudanças atuais em nível de época geológica e que há discordância sobre o exato ponto de partida do Antropoceno.
Afinal de contas, em qual era a Terra está?
Pela cronologia geológica atual de 4,6 bilhões de anos da Terra, o mundo agora está no Holoceno. Essa era começou há 11,7 mil anos com o recuo mais recente das grandes geleiras.
Dessa forma, alterar a cronologia para dizer que avançamos para o Antropoceno significaria reconhecer novamente as mudanças recentes nas condições geológicas do mundo . A diferença é quem dessa vez, as mudanças foram induzidas pelo homem.
Assim, a decisão de manter a definição como Holoceno reflete a complexidade em categorizar uma era que ainda está em curso e cujos efeitos são observados em tempo real.
Enquanto alguns cientistas defendem que a humanidade já deixou uma pegada geológica definitiva no planeta, outros acreditam que os impactos humanos ainda não justificam a criação de uma nova entrada na Carta Cronoestratigráfica Internacional.
O debate sobre o Antropoceno vai além da geologia, pois envolve reflexões sobre o impacto da humanidade no planeta e os desafios futuros.
A rejeição da proposta pode ser vista como um chamado para uma maior conscientização e responsabilidade ambiental. Isso em um momento em que as consequências das ações humanas são cada vez mais evidentes.
