O tetrahidrocanabinol (THC) é a molécula responsável pelos efeitos psicoativos da maconha. Além disso, ele atua também com anti-inflamatório e relaxante muscular, sendo aplicado na medicina.
Mas o uso da maconha medicinal não remonta à modernidade. Resíduos de planta já foram encontrados em artefatos egípcios que datam mais de 4 mil anos, sugerindo que essa antiga civilização era adepta do canabidiol.
A presença de seus vestígios em câmaras funerárias leva muitos cientistas a acreditarem que os egípcios utilizavam cannabis durante as cerimônias de sepultamento. Arqueólogos também já encontraram vestígios de THC em restos mortais de múmias. O próprio faraó Ramsés, o Grande, entra nessa lista.
Fora isso, representações de Seshat, deusa da escrita, também mostram a divindade com uma folha de seis pontas sobre a cabeça. Não é possível afirmar que a coroa representa a maconha, mas é uma sugestão firme de historiadores.
Maconha medicinal
Mas as evidências mais impressionantes estão anotadas em papiros. Muitos escritos citam o termo Shemshemet, que parece ter sido a palavra usada pelos antigos egípcios para se referir à cannabis. Dessa forma, é possível identificar diferentes receitas com a planta e também a finalidade delas.
Os papiros médicos de Ramesseum, por exemplo, mostram um tratamento que pode ter sido aplicado para tratar glaucoma e outros problemas oculares. Na receita, pede-se para moer a cannabis e deixá-la marinando no orvalho durante a noite. Ao acordar, os egípcios teriam que lavar os olhos com a mistura.
Já o papiro de Ebers indica uma mistura que deve ser introduzida na vagina, provavelmente utilizada no tratamento de cólica.
O papiro de Berlim, mais recente do que os citados anteriormente, sugere o uso de cannabis para o tratamento de febre e inflamação. Têm-se ainda o papiro Chester Beatty, que indica a planta para o tratamento de doenças colorretais.