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Claro anuncia rede 5G comercial no Brasil, mas como isso é possível já que não teve nem leilão?

Junto com o lançamento dos Moto Edge, dois smartphones 5G, a Claro anunciou a estreia de sua rede comercial 5G no mercado brasileiro.

Antena de telecomunicações. Crédito: Igor/Unsplash

Antena de telecomunicações. Crédito: Igor/Unsplash

Nesta quinta-feira (2), a Motorola iniciou a pré-venda do Moto Edge e Moto Edge+, dois smartphones premium com tecnologia 5G, porém é sabido que no Brasil não temos ainda redes desse tipo, não? Mais ou menos. O fato é que a Claro anunciou a implementação da primeira rede 5G comercial no Brasil hoje.

Pode parecer complicado mas a explicação para a Claro lançar sua rede 5G no País tem relação com a compra da Nextel em 2019 e algumas mudanças promovidas pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).

Conforme explica o Teletime, uma resolução da agência fez com que a operadora acumulasse espectro de frequência após a aquisição da concorrente que tinha as faixas de 850 MHz, 2,1 GHz e 1,8 GHz.

“Com mais espectro e performance superior da rede 4.5G, a Claro tem condições únicas para fazer o compartilhamento da rede com o 5G DSS, garantindo mais qualidade de experiência e ainda contando com o 4.5G para complementar a cobertura onde o 5G DSS ainda não está disponível”, informa a operadora em comunicado.

Além disso, a Anatel fez uma atualização de requisitos técnicos, o que possibilitou a certificação e comercialização de equipamentos 5G no Brasil.

O 5G da rede da Claro funciona por meio da tecnologia DSS (Dynamic Spectrum Sharing, ou Compartilhamento Dinâmico de Espectro). Então, de forma simplificada, a operadora usará um espectro de frequência que funciona nos aparelhos atuais (4G) e que também será compatível com novos modelos 5G — a operadora só não detalhou direito quais frequências usará para a 5ª geração.

De acordo com a Claro, o 5G DSS será parte de um processo de transição. Após os leilões, a operadora também implementará a tecnologia no espectro de 3,5 GHz e nas faixas de onda milimétricas (acima de 6 GHz) — à título de curiosidade, os Moto Edge conta com 5G sub-6, portanto no espectro abaixo de 6 GHz, não compatível com ondas milimétricas.

Apesar de o leilão de frequências estar marcado para o segundo semestre deste ano, a Claro dá a entender que esta sua solução deve vigorar por um tempo. Até porque a aquisição de espectros com frequência alta, fará com que as operadoras tenham de instalar mais antenas: a regra geral de telecomunicações é quanto maior a frequência, maior deve ser a instalação de antenas para disponibilização de cobertura de qualidade.

Ainda que o papo de 5G exista já há um tempo, na prática a tecnologia permite velocidade de download até 12 vezes maiores que as atuais, menor latência e conta com uma série de aplicações que necessitam de conexão constante, como carros inteligentes, por exemplo.

A Claro promete dar mais detalhes sobre o 5G DSS na próxima semana, especificando como a tecnologia será implementada, as áreas de cobertura inicial e, muito provavelmente, se haverá algum plano específico para a tecnologia.

Atualização: uma versão anterior dizia que a Nextel tinha frequência de 2,8 GHz, quando na verdade é 1,8 GHz. A informação já foi corrigida.

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