Clima extremo: 2023 deve ser o ano mais quente da história, alertam cientistas

O ano mais quente já registrado até hoje foi 2016, também por conta do aquecimento do El Niño, que retorna este ano e pode fazer 2023 bater essa marca
Chile registra quase 39º em pleno inverno, maior temperatura desde 1951
Imagem: Gonzalo G. Useta/Flickr/Reprodução

A NASA já advertiu: 2023 deve ser o ano mais quente já registrado. E isso se deve, em parte, ao El Niño. O fenômeno, que acontece a cada dois ou sete anos no planeta, começou este mês, e deve atingir seu pico até o final do ano, podendo se tornar um “Super El Niño“, de acordo com especialistas.

O El Niño eleva a temperatura do Oceano Pacífico, podendo resultar em recordes de calor. Além disso, também gera uma alteração no padrão de ventos, com chuvas ou secas em diferentes partes do mundo.

Aquecimento em alta

O ano mais quente já registrado até hoje foi 2016, também por conta do aquecimento do El Niño, que teve maior impacto do que em sua última aparição, em 2018 e 2019.

Este ano, os primeiros onze dias de junho registraram as temperaturas globais mais altas para esta época do ano, segundo o programa de observação da Terra da União Europeia Copernicus.

Em 9 de junho, a temperatura média global do ar atingiu seu pico, de 16,7°C. O número foi apenas 0,1°C abaixo do mais quente até então, em 13 de agosto de 2016. Os meses de abril e maio também foram os mais quentes registrados.

Ademais, a manifestação do calor será diferente. Em 2016, os picos de temperatura concentravam-se no Ártico siberiano. Já em 2023, o calor se manifesta em vários pontos, inclusive no Oceano Antártico e na Antártida, no início deste ano.

O El Niño é o culpado do aumento das temperaturas?

Apesar de seu potencial em causar elevação nas temperaturas, o El Niño não é o único responsável pelas mudanças climáticas. Segundo os cientistas, as temperaturas da superfície do mar estão em níveis recordes. No Atlântico Norte, em 11 de junho, as temperaturas atingiram uma máxima de 22,7°C, por exemplo. 0,5°C acima da alta anterior em junho de 2010.

“Ventos alísios mais fracos causados ​​por mudanças na dinâmica atmosférica são talvez a explicação mais provável”, explicou Samantha Burgess, da Copernicus, ao News Scientist. No Atlântico Norte, a queda na força do vento pode ter reduzido a quantidade de poeira soprada do Saara para esta parte do oceano. A poeira costuma causar um resfriamento nas temperaturas oceânicas.

“O que observamos até agora sugere que 2023 provavelmente estará entre os cinco anos mais quentes. Acho que é justo dizer que estamos em território desconhecido”, concluiu a cientista.

Christopher Merchant, da Universidade de Reading, no Reino Unido, completa:

“Há uma boa chance de estarmos caminhando para outro ano recorde, este ano ou no próximo ano.”

Isabela Oliveira

Isabela Oliveira

Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.

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