Clima mais quente está forçando migração em massa da vida marinha
Um estudo realizado pela Universidade de Southampton, no Reino Unido, revela que a vida marinha global está migrando em massa devido ao aumento da temperatura dos oceanos, provocado pelas mudanças climáticas.
O fenômeno, conhecido como “tropicalização”, está redefinindo os ecossistemas marinhos, com implicações profundas para a biodiversidade e, potencialmente, para a economia global.
O estudo, publicado na revista Trends in Ecology and Evolution, destaca que as espécies tropicais estão migrando do equador em direção aos polos à medida que a temperatura do mar se eleva.
Já as espécies temperadas enfrentam declínio devido à competição por habitat e à chegada de novos predadores. Ou seja, esse deslocamento está alterando drasticamente a paisagem ecológica dos oceanos.
A pesquisa revisa a literatura dos últimos 20 anos. De acordo com Suzanne Williams, coautora do artigo, existe uma falta de compreensão das consequências evolutivas a longo prazo quando novas espécies coexistem.
“Responder a perguntas sobre como as espécies evoluem e interagem com seu ambiente envolve o emprego de uma variedade de métodos. Incluindo registros históricos e, claro, coleções de museus”, disse à Phys.
Consequências da migração em massa da vida marinha
Na prática, as consequências evolutivas da tropicalização podem incluir a evolução de novas características ou comportamentos em resposta às alterações nas interações entre espécies.
Exemplos incluem a adaptação de cracas vulcânicas temperadas para afastar predadores tropicais e a modificação de comportamentos alimentares e sociais em donzelas tropicais e peixes de recifes temperados.
Por outro lado, além das implicações ecológicas, o estudo destaca as consequências socioeconômicas do fenômeno. A substituição de pântanos salgados por ecossistemas de mangais pode beneficiar a captura de carbono, auxiliando na redução dos níveis de CO².
Além disso, os pesquisadores reforçam a importância da monitorização contínua dos ecossistemas para compreender melhor o que tem gerado essa migração e a dinâmica desse fenômeno global.