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Clima pode levar produção de vinho global ao pior nível dos últimos 60 anos

Produção de vinho em todo o mundo deverá ser cerca de 7% menor em 2023 do que em 2022 - o pior rendimento desde 1961

Agricultura de precisão permite obter diferentes vinhos a partir de uma mesma plantação

Além de ameaçar o café, as mudanças climáticas estão afetando também o vinho. De acordo com a OIV (Organização Internacional da Vinha e do Vinho), o clima instável ao redor do mundo este ano pode reduzir a produção global de vinho para seu nível mais baixo em mais de 60 anos.

A instituição afirma que a produção de vinho em todo o mundo deverá ser cerca de 7% menor em 2023 do que em 2022 — o pior rendimento desde 1961.

A causa? O mau tempo, que varia entre chuvas, tempestades e geadas em alguns países, enquanto há secas em outros. Segundo informações da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), elementos meteorológicos como as temperaturas, a precipitação pluvial, a radiação solar, os ventos e a umidade do ar influenciam as videiras.

Já o clima extremo de 2023 pode ser explicado pelo El Niño, que resultou no que pode ser o ano mais quente da história. Vale lembrar que o fenômeno gera ainda uma alteração no padrão de ventos, com chuvas ou secas em diferentes partes do mundo. E ele pode durar até abril de 2024.

Maiores produtores de vinho registram queda em 2023

A análise é baseada em informações dos países responsáveis por 94% da produção da bebida no mundo. Mais de 60% desse total vem da União Europeia, onde a fabricação diminuiu em quase todos os países. Na Itália, por exemplo, os rendimentos caíram 12%, em resposta à redução da colheita de uvas causada pelo tempo seco.

Além disso, o cenário também não é bom no Hemisfério Sul. Seu maior produtor de vinho, o Chile, perdeu 20% de seus rendimentos devido a secas e a incêndios florestais. O mesmo aconteceu nos Estados Unidos em 2020, quando a fumaça das florestas no estado da Califórnia – onde ficam algumas das principais vinícolas do país, incluindo o Vale de Napa -, prejudicaram uma safra inteira, deixando as uvas com gosto de cinza.

Apenas a França, que manteve sua produção estável, e os Estados Unidos, que aumentou 12%, tiveram bons resultados. Com a queda na Itália, aliás, seu rival europeu, a França, se estabeleceu como o maior produtor mundial de vinho. Mesmo assim, em agosto deste ano, a baixa procura pelos consumidores levou o governo francês a anunciar um investimento de cerca de 200 milhões de euros para destruir os estoques excedentes de da bebida.

Com informações da BBC.

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