Com algoritmo afiado, TikTok avança na concorrência com o Google
Em dezembro de 2021, o Google perdeu um lugar importante para o TikTok: a plataforma chinesa recebeu mais pesquisas do termo “como fazer” que a big tech mantida pela Alphabet. Os dados foram divulgados pela consultoria norte-americana eMarketer.
Os vídeos curtos, que começaram fazendo sucesso com dancinhas e trends da geração Z, logo se transformaram em receitas culinárias, formas de limpar a casa, dicas de autoajuda, informação médica e todo tipo de conteúdo online imaginável.
A busca direta e foco na troca de experiências dos usuários é o que ganhou a atenção dos adeptos da rede chinesa. Pode ser um fator preocupante para o Google, que lidera as buscas na internet dos últimos 24 anos.
Criado em setembro de 2016, o TikTok anuncia que reúne mais de 1 bilhão de perfis ativos mensais. A eMarketer, por outro lado, diz que são 755 milhões – a consultoria exclui perfis falsos e de marcas.
Mudanças antes e agora
O Google tem consciência do que está acontecendo. Em julho do ano passado, o executivo Prabhakar Raghavan disse em evento da revista Fortune que TikTok e Instagram têm preferência na escolha dos mais jovens. “Em nossos estudos, cerca de 40% dos jovens não vão ao Maps ou à ferramenta de busca do Google quando procuram onde almoçar”, disse.
No mesmo período, o Google lançou o YouTube Shorts, serviço de vídeos curtos e verticais – muito parecido com o TikTok. A ideia é oferecer dois formatos aos criadores: conteúdos mais curtos ou mais longos, a depender do que pede o assunto.
Outra mudança anunciada na semana passada deve interferir na pesquisa do Google. A big tech vai dar preferência aos conteúdos criados por e para humanos no mecanismo de busca, como explicamos nesta reportagem.
Apesar do TikTok ser um peso pesado contra o Google, a big tech continua na liderança do mercado. O YouTube, por exemplo, deve ter mais que o dobro de usuários mensais que o app chinês em 2022: 230,6 milhões em comparação com os 90,6 milhões.