Como a mudança climática influencia até na rebatida perfeita do beisebol
As mudanças climáticas não estão afetando apenas os ecossistemas globais, mas também o mundo dos esportes. Segundo cientistas da Dartmouth College, nos EUA, o aumento das temperaturas está levando a mais “home runs” – a pontuação mais famosa e importante do beisebol.
Home run é aquela rebatida com o bastão que manda a bolinha para fora das linhas demarcatórias do campo de jogo. Geralmente, a bola vai direto para as mãos dos torcedores.
A explicação para isso é simples: as temperaturas mais altas reduzem a densidade do ar e diminuem o arrasto, permitindo que a bola permaneça por mais tempo em sua trajetória no ar. O estudo completo foi publicado no Bulletin of the American Meteorological Society.
Para chegar a tais conclusões, a equipe analisou dados sobre clima e ocorrências de mais de 100 mil jogos da Major League Baseball disputados em estádios abertos entre 1962 e 2019. Os cientistas também observaram a trajetória de mais de 220 mil bolas registradas por câmeras de alta velocidade desde 2015.
Os cientistas isolaram o efeito da temperatura de outras variáveis, como mudanças no treinamento dos atletas. De acordo com os cientistas, ocorreram menos home runs entre 1960 e 1995, época em que as havia menos emissões causadas pelos humanos.
O efeito estufa, no entanto, levou a um aumento do número de home runs, com cerca de 58 pontuações do tipo ocorrendo a cada ano entre 2010 e 2019.
A tendência é que os fãs do esporte vejam ainda mais episódios do tipo no futuro. O estudo projeta 467 home runs adicionais a cada ano até 2100 caso as emissões atinjam níveis muito altos. Por fim, em um cenário de baixas emissões, poderia ocorrer um adicional de 130 home runs por ano até 2100.