Como condições de trabalho precárias afetam a saúde mental

Um relatório recém-divulgado dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) revelou que certas condições de trabalho, como horários inflexíveis e falta de licença médica, podem afetar significativamente a saúde mental dos trabalhadores.

A pesquisa foi feita em 2021, segundo ano da pandemia de Covid-19, e mostrou que cerca de um em cada 37 trabalhadores experimentou algum tipo de sofrimento psicológico grave ou sentimentos negativos que os fizeram buscar tratamento.

Turnos noturnos e horários menos flexíveis também tiveram um efeito considerável na saúde mental.

Além disso, a inconsistência nos horários do expediente e no pagamento também apresentaram efeitos negativos. As pessoas que trabalhavam em turnos inflexíveis se mostraram mais propensas do que a média ao relatar problemas psicológicos, assim como aquelas em que o salário mudavam a cada mês e também as que previam que acabariam sendo demitidas dentro de um ano.

As taxas foram maiores entre os trabalhadores que não tiveram licença médica remunerada em comparação àqueles que tiveram.

Divulgado em outubro de 2021, o relatório é de autoria do cirurgião-geral americano Vivek Murthy. O médico descreveu o papel fundamental que os locais de trabalho podem desempenhar no apoio à saúde mental dos trabalhadores e como a pandemia de Covid-19 pode ter afetado esse relacionamento.

“A pandemia despertou muitos trabalhadores, que agora não acham mais que sacrificar sua saúde, família e comunidades pelo trabalho é uma troca aceitável”, escreveu Murthy, na carta de apresentação do relatório.

Dados do mesmo relatório destacam que o aumento na prevalência de problemas relacionados à saúde mental durante os anos de pandemia, bem como pesquisas recentes que afirmam que as condições no local de trabalho tiveram um efeito negativo na saúde mental de mais de 80% dos trabalhadores americanos.