Cientistas reuniram mais evidências para apoiar a hipótese de que o núcleo da Lua é sólido, assim como o terrestre. Uma equipe de pesquisadores da Université Côte d’Azur e da Sorbonne Université (França) desenvolveu modelos computacionais baseando-se em dados de missões lunares para a conclusão. O estudo foi publicado na última quarta (3), na revista Nature.
Os resultados dos experimentos também indicaram que o núcleo da Lua tem uma densidade semelhante ao da Terra. Portanto, pode ser composto pelo mesmo material: ferro. Ele teria 500 quilômetros de diâmetro e seria dividido em dois: sua parte externa (e fluida) teria um raio de 362 quilômetros; o “caroço”, sólido, 258 quilômetros.
O núcleo, portanto, representaria apenas 15% da largura total da Lua. Dessa forma, o estudo também apoia a hipótese de que o núcleo lunar é relativamente menor do que o de planetas terrestres. , como o nosso, que geralmente ocupa cerca de 50% de seus diâmetros.
Os cientistas chegaram a estes valores reunindo dados geológicos de várias missões e experimentos lunares. As missões Apollo, por exemplo, visitaram o satélite na década de 1960 e 1970. A missão Grail, também da NASA, monitorou o campo gravitacional da lua, entre dezembro de 2011 e dezembro de 2012, com duas sondas espaciais.
A partir destes dados, a equipe francesa desenvolveu simulações de computador que representavam perfis prováveis para o interior da lua, incluindo deformações criadas por interações gravitacionais com a Terra, a densidade geral do satélite e outras características. Então, verificaram qual modelo melhor correspondia aos dados pré-estabelecidos – e ele incluía o núcleo interno sólido.
O estudo anterior da NASA
Um estudo da NASA já sugeriu, em 2011, que a Lua tinha um núcleo sólido rico em ferro coberto por uma camada fluida. Na época, os cientistas estimaram que o centro do satélite tinha um raio de 240 quilômetros, valor próximo às estimativas mais recentes.
À medida que os astrônomos obtêm uma compreensão mais profunda da geologia da Lua, eles também são capazes de entender melhor a história e evolução do satélite – que estão diretamente relacionadas à história da própria Terra. Isto também os ajuda a desvendar mistérios do satélite, como sua ausência de campo magnético.