Desde que assumiu o X — antigo Twitter —, Elon Musk vê a receita de anunciantes diminuir cada vez mais. Mesmo nomeando como CEO Lina Yaccarino, uma profissional com histórico de bom relacionamento com o mercado de publicidade, a ineficiência na moderação de conteúdo segue afastando cada vez mais parceiros da plataforma.
Apenas no último final de semana, a empresa perdeu Apple, Comcast/NBCUniversal, Disney, Warner Bros. Discovery, IBM, Paramount Global, Lionsgate e Comissão Europeia. Um duro golpe para a companhia que já tinha perdido mais da metade de sua arrecadação com veiculação de publicidade.
Moderação falha e polêmicas
Segundo entidades como o Center for Countering Digital Hate, o X têm falhado na moderação de conteúdo, o que tem permitido a livre circulação de postagens antissemitas, de apologia ao nazismo e que desumanizam mulçumanos e palestinos. Para piorar, Musk endossou recentemente a publicação de uma teoria da conspiração antissemita que circula há alguns anos na internet.
No último final de semana, Musk vociferou contra o Media Matters, que recentemente divulgou um relatório que revelou que anúncios de grandes empresas haviam sido veiculados ao lado de postagens com conteúdo antissemita e supremacista branco.
Este foi um dos fatores chave para a debandada recente de anunciantes que tem irritado o bilionário. Um porta-voz da Lionsgate afirmou explicitamente que o motivo da suspensão dos gastos com publicidade foi o tweet comprometedor do dono da plataforma.
A saída de mais anunciantes deixa o X em uma situação financeira ainda mais delicada. Os anúncios são a principal fonte de renda da empresa e com a perda mais parceiros essa receita pode estar seriamente comprometida.
O outro lado
O bilionário afirmou que entraria com um processo contra a entidade por difamação e a promessa foi cumprida na última segunda-feira (14). O X entrou com um processo no Tribunal Distrital dos EUA para o Distrito Norte do Texas alegando interferência em contratos internos, danos aos negócios e intromissão em potenciais benefícios econômicos.
Elon Musk acusou o grupo de promover uma campanha de difamação com o objetivo de prejudicar o X. O processo pede uma compensação financeira, que ainda não teve os valores revelados, além da remoção integral dos conteúdos que foram publicados.
Em um post na plataforma, a CEO do X, Linda Yaccarino, contestou as informações apresentadas no relatório e afirmou possuir dados que comprovam que o conteúdo veiculado pelo Media Matters não é verdadeiro. Angelo Carusone, presidente do Media Matters, afirmou que este processo tem o objetivo de intimidar os colaboradores da entidade e que espera vencer o embate nos tribunais.