Como foi a eutanásia da baleia-jubarte de 10 toneladas em SC
Moradores de Jaguaruna, no estado de Santa Catarina, tiveram uma surpresa ao passear pela praia na última quarta-feira (5). Às margens do oceano, estava um filhote de baleia-jubarte de aproximadamente 11 metros encalhado.
Após o avistamento, uma equipe formada por diversas instituições deu início ao protocolo de resgate. O objetivo era tirar a baleia da costa e devolvê-la ao mar. Os profissionais tentaram mover o animal utilizando a própria força e também com o auxílio de equipamentos, como uma cinta similar a uma corda de reboque.
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Infelizmente, o ser de mais de 10 toneladas não se moveu. A equipe pretendia usar embarcações para rebocar a baleia para oceano, mas os planos tiveram que ser abortados devido às condições climáticas. Para ter uma ideia, ondas entre 2 e 3 metros e vendavais ameaçavam a segurança das operações.
Eutanásia da baleia
O cenário fez com que os profissionais envolvidos optassem pela eutanásia no dia 7 de outubro. Segundo os pesquisadores, essa seria a melhor forma de aliviar o sofrimento do animal, sendo assim a decisão ética a ser tomada neste momento.
Todo o processo foi feito com base nas diretrizes da Resolução nº 1000, de 11 de maio de 2012, do Conselho Federal de Medicina Veterinária. O documento alega que a eutanásia pode ser indicada quando “o bem-estar do animal estiver comprometido de forma irreversível, sendo um meio de eliminar a dor ou o sofrimento dos animais, os quais não podem ser controlados por meio de analgésicos, de sedativos ou de outros tratamentos”.
O procedimento deve ser indolor e respeitoso, deixando o animal imediatamente inconsciente e permitindo uma morte rápida. Além disso, a eutanásia só pode ser feita por indivíduos treinados e habilitados para tal.
Para a eutanásia de baleias, assim como outros mamíferos aquáticos, os profissionais podem aplicar barbitúricos ou outros anestésicos gerais injetáveis, cloridrato de T61 ou então realizar a exsanguinação (retirada do sangue) com anestesia geral prévia. Em situações específicas, podem ser utilizados arpões, etorfina ou carfentanil.
Próximos passos
Após a morte da baleia, os cientistas retiraram partes de seu corpo para realizar a necropsia. O objetivo da equipe é descobrir o que levou o animal a encalhar.
A jubarte será enterrada próximo ao local do encalhe. O espaço escolhido deve facilitar o processo de decomposição do animal e não pode representar risco para a população do entorno.