Nada como entrar em locais climatizados em dias de calor intenso. Na Europa, por exemplo, os museus foram bastante procurados por turistas que queriam fugir do clima quente que se instaurou durante o verão.
As baixas temperaturas mantidas dentro destes locais não servem unicamente para agradar os visitantes, mas também para manter as obras preservadas. No museu do Louvre, na França, há um sistema de refrigeração subterrânea que utiliza água do rio Sena para manter o clima estável.
Não é só a Mona Lisa que se beneficia dos dutos. A rede conhecida como Fraîcheur de Paris (Frescura de Paris, em português) possui 89 quilômetros de tubos que favorecem mais de 700 locais. A Assembleia Nacional, shoppings e outros museus, como o Quai Branly, também utilizam a tecnologia.
O sistema de refrigeração subterrâneo utiliza menos energia do que os equipamentos de ar condicionado convencionais, além de utilizar eletricidade gerada por fontes renováveis.
No verão, a água do Sena passa pelo processo de resfriamento. No entanto, isso não é preciso no inverno, em que a temperatura do rio fica abaixo de 5ºC. Nessa época, a empresa responsável pode inclusive desligar as usinas.
A cidade pretende estender a rede de resfriamento para hospitais, escolas e estações de metrô nas próximas duas décadas. O sistema deve ser utilizado até mesmo durante as Olimpíadas de Paris em 2024, embora não esteja clara a distância que os dutos alcançarão até lá.
Os planos da Prefeitura de Paris são ambiciosos. As autoridades assinaram um contrato para para triplicar o tamanho da rede em 2042 para 252 quilômetros. Caso o projeto saia do papel, teremos na França o maior sistema de resfriamento urbano do mundo.
Não é apenas capricho dos franceses, mas sim uma forma de lidar com o aquecimento global. Partes da Europa já estão ultrapassando os 40ºC, o que pode ser prejudicial para o meio ambiente e também para a saúde da população. É preciso pensar em alternativas para tornar as saídas de casa mais toleráveis.