Como o Telegram ganha dinheiro? Conheça a origem da receita da rede

Até pouco tempo, a maior parte da receita do Telegram vinha do dono, o bilionário Pavel Durov. O Giz Brasil foi conferir o que a própria plataforma relata a respeito
Como o Telegram ganha dinheiro? Conheça a origem da receita da rede
Imagem: Christian Wiediger/Unsplash/Reprodução

Com mais de 700 milhões de usuários no mundo, o Telegram se transformou no grande rival do WhatsApp e é 100% gratuito. Esse detalhe já fez muita gente se perguntar como a rede se sustenta e ganha dinheiro. 

Nas “Perguntas Frequentes” do site oficial, a plataforma afirma que a maior parte dos recursos vem do próprio CEO, o bilionário Pavel Durov. O empresário e programador de 38 anos também fundou a VK, a maior rede social da Rússia, e figura na lista da Forbes dos 150 mais ricos do mundo.

Mas, por mais rico que seja, Durov já afirmou que, à medida que cresce, o Telegram exige um “financiamento mais adequado”. Isso porque mais usuários significam mais gastos com tráfego e servidores. 

“Um projeto do nosso tamanho precisa de pelo menos algumas centenas de milhões de dólares por ano para continuar”, escreveu em seu canal do Telegram. No mesmo post, Durov afirma que não tem intenção de vender a empresa como fizeram os donos do WhatsApp, para a Meta, em 2014. 

O Telegram passou a gerar receita em 2022. Em junho do ano passado, por exemplo, a rede inaugurou uma versão “premium” para pagantes, com recursos adicionais. No Brasil, o preço da assinatura mensal é R$ 15,90. 

A rede também passou a ter receita de mensagens patrocinadas – anúncios que, segundo a rede, respeitam a privacidade e podem aparecer em determinados canais públicos.

Isso não significa que existem anúncios dentro das conversas privadas e em grupos, mas sim em grandes canais onde uma única pessoa fala com muitos usuários, como uma rede social. 

“Monetização sustentável” 

É assim que Durov se refere às medidas para fazer o Telegram ganhar dinheiro. Segundo ele, esses fluxos ajudam a pagar os custos de infraestrutura e os salários dos desenvolvedores. “No entanto, obter lucros nunca será o objetivo do Telegram”, diz a página de “Perguntas Frequentes”

A ideia de monetização sustentável é que o pagamento pela rede venha dos usuários, e não de anunciantes ou acionistas. “Dessa forma, o Telegram pode permanecer independente e priorizar os usuários primeiro”, afirma o mesmo texto. 

Essa não foi a primeira tentativa de Durov em busca de receita à plataforma. Em 2018, o Telegram realizou uma ICO (Oferta inicial de moedas, na sigla em inglês), uma forma não-regulamentada de arrecadar fundos vendendo criptomoedas “recém-cunhadas”. 

Supostamente, a oferta teria levantado US$ 1,7 bilhão com a promessa de que a venda privada dos tokens aconteceria através de acordos SAFT (Acordos Simples para Futuros Tokens) para investidores qualificados e institucionais.

Mas, na metade de outubro de 2019, duas semanas antes da estreia, a SEC (equivalente à Comissão de Valores Mobiliários nos EUA), barrou a transação ao alegar que a plataforma nunca registrou a oferta. Em maio de 2020, depois de uma decisão judicial desfavorável, o Telegram abandonou o projeto. 

Mesmo assim, o avanço e popularidade da plataforma são surpreendentes. Apesar das questões sobre falta de moderação e restrição ao acesso de dados em solicitações judiciais, o Telegram não gasta nada para promover sua existência ou a adesão do público. Todo o engajamento com a rede é orgânico, com base no produto. Hoje a sede da rede é nos Emirados Árabes Unidos. 

Julia Possa

Julia Possa

Jornalista e mestre em Linguística. Antes trabalhei no Poder360, A Referência e em jornais e emissoras de TV no interior do RS. Curiosa, gosto de falar sobre o lado político das coisas - em especial da tecnologia e cultura. Me acompanhe no Twitter: @juliamzps

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