O filme “Cada Um Tem a Gêmea Que Merece” (“Jack and Jill”) pode não ter conseguido avaliações positivas entre o público ou a crítica, mas ele teve um saldo positivo na conta bancária do ator que estrelou o icônico Michael Corleone. Isso porque, de acordo com o novo livro de memórias do ator, “Sonny Boy”, a produção de Dennis Dugan (“Gente Grande” e “Zohan”) tirou de Al Pacino de uma situação de falência.
No livro, o astro de “O Poderoso Chefão” e “Scarface” contou sua experiência depois de perder todos os seus US$ 50 milhões para um contador. O homem foi preso por sete anos e meio por comandar um esquema de pirâmide.
De acordo com o relato, em 2011, o astro recebeu avisos de que o profissional, “um cara que tinha muitos clientes famosos, não era confiável”.
Porém, ele só foi notar o problema quando suas finanças apontavam que ele estava pagando menos pelas coisas, mesmo estando gastando muito dinheiro. Após levar a família para uma viagem à Europa, ele percebeu que suas finanças “não mudaram drasticamente”, isso após levar vários convidados e alugar um andar inteiro do hotel Dorchester, em Londres.
E continuou…
“Estava falido. Eu tinha 50 milhões de dólares e depois não tinha nada. Eu tinha propriedades, mas não tinha dinheiro… Neste negócio, quando você ganha US$ 10 milhões por um filme, não são US$ 10 milhões. Porque depois dos advogados, dos agentes, do publicitário e do governo, não são US$ 10 milhões, são US$ 4,5 milhões no seu bolso”, disse o ator.
Então, se antes de falir ele podia escolher papéis com o qual se identificasse, como “13 Homens e um Novo Segredo” e “88 Minutos”, ao falir, ele passou a aceitar qualquer trabalho que pagasse bem, incluindo em comerciais.
Isso porque, já na casa dos 70 anos, o ator não ganhava mais a mesma quantidade de dinheiro. “O pêndulo tinha balançado, e eu achei mais difícil encontrar papéis para mim”, revelou. Foi assim que o artista acabou aceitando o convite para a comédia, que tem apenas 3% de aprovação da crítica no Rotten Tomatoes e ganhou o “antiprêmio” Framboesa de Ouro.
“‘Jack and Jill’ foi o primeiro filme que fiz depois que perdi meu dinheiro. Para ser honesto, fiz porque não tinha mais nada”, escreveu. “Adam Sandler me queria, e eles me pagaram muito por isso. Então eu fui lá e fiz, e ajudou. Eu amo Adam, foi maravilhoso trabalhar com ele e ele se tornou um amigo querido. Ele também é um ótimo ator e um cara incrível.”
Além disso, para afastar a falência, Al Pacino também vendeu uma de suas duas casas e começou a cobrar para conduzir seminários, faculdades e universidades, algo que costumava fazer de graça.
“Agora que estava quebrado, pensei: ‘Por que não damos continuidade a isso?’ Havia mais lugares onde eu poderia ir e fazer esses seminários. Não necessariamente universidades. Eu sabia que havia um mercado maior para isso. Então comecei a viajar. E descobri que eles funcionavam. O público vinha porque eu ainda tinha popularidade”, disse.