Concurso de fotografia de aves fêmeas traz imagens impressionantes; veja
Conhecida pelo seu concurso anual de fotografia de aves selvagens, a organização National Audubon Society, dos EUA, anunciou na última semana os vencedores da 14ª edição. As imagens chamam a atenção por mostrar a beleza das aves fêmeas.
Por causa do seu visual exuberante e cheio de cores, normalmente os pássaros machos são mais fotografados pelos amantes das aves. Porém, o concurso mostra que as fêmeas também podem encantar os observadores de pássaros.
O Projeto Galbatross – que inclui fotógrafos, observadores de pássaros, escritores e cientistas – busca dar mais visibilidade para as fêmeas de pássaros e é responsável por julgar os inscritos no concurso. A categoria existe há três anos. e fez tanto sucesso que recebeu mais de 900 inscrições em 2023.
Visibilidade para preservação
Uma das espécies fotografadas é a toutinegra de asas douradas, um animal que enfrentou uma queda em sua população de forma acentuada nos últimos 45 anos. No inverno, essas aves voam para as florestas no sul do México e até o sul do Equador. Lá, as fêmeas tendem a se estabelecer nas florestas, enquanto os machos se reúnem nas montanhas.
“A comunidade científica tende a não ver machos e fêmeas separadamente tanto em estudos sobre conservação”, disse Joanna Wu, ornitóloga da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, em entrevista à revista do Instituto Smithsonian.
De acordo com ela, as fêmeas tendem a ter uma taxa de sobrevivência menor do que os machos. A razão para essa tendência não é totalmente clara. Porém, um dos motivos pode ser o peso da reprodução – chocar ovos e cuidar dos filhotes pode ser fisicamente desgastante.
Por isso, segundo a especialista, quando se fala em preservação de aves, também é preciso levar isso em consideração. As fêmeas também se movimentam mais quando jovens, o que pode acarretar maiores riscos de sobrevivência, como maior exposição a predadores.
Este ano, quem ganhou a categoria foi a fotógrafa Karine Aigner, que registrou a espécie norte-americana Baltimore Oriole. Na imagem, o pássaro é visto com fios finos e claros de grama presos em seu bico, formando uma “armadura” de grama fina (a imagem que ilustra o início desta máteria).