Muito antes de “SPAM” representar e-mails indesejados que chegam em nossas caixas de entrada, a palavra estampava um produto enlatado dos Estados Unidos que misturava presunto e carne de porco.
No mercado há mais de 80 anos, o enlatado se popularizou durante a Segunda Guerra Mundial, por ser barato, de fácil transporte e ter um longo prazo de validade, servindo de alimento para as tropas americanas.
A marca SPAM é, na verdade, um acrônimo para “Scientifically Processed Animal Matter”, algo como “Material Animal Cientificamente Processado”.
Por mais que pareça um produto cheio de conservantes, ele é feito com apenas seis ingredientes, com a carne de porco moída e o presunto (que contam como apenas um) sendo misturados com sal, água, amido de batata, açúcar e nitrito de sódio.
Lançado em 1937, o produto está disponível em 15 variedades diferentes, e é comercializado em dezenas de países. Entre eles, o “apresuntado”, que virou uma iguaria na região da Ásia-Pacífico– servindo, inclusive, como ingrediente principal de um prato sul-coreano, o “budae jjigae”, ou “ensopado militar”.
Em 2021, por exemplo, o produto bateu recorde de vendas pelo sétimo ano consecutivo.
E o SPAM do e-mail?
Segundo contou o etimologista Graeme Donald à BBC, a associação da marca SPAM a algo indesejado teve início a partir de um esquete de um grupo de humor britânico, de 1970. Durante o programa (vídeo abaixo), um casal vai a um restaurante e se surpreende que todos os itens do menu são feitos com o ingrediente SPAM.
Com o tempo, a palavra virou sinônimo de uma mensagem irritante e acabou sendo adotada quando a era da internet começou e os usuários passaram a receber e-mails comerciais não solicitados.