Conheça o mundo de The Witcher e se prepare para o terceiro jogo
*Contem Spoilers dos livros e dos dois primeiros jogos da série The Witcher
The Witcher 3: Wild Hunt vai finalmente ser lançado nesta terça-feira (19) para PC, PS4 e Xbox One após muitos atrasos e muito hype. Hype esse, por sinal, que só cresceu nos últimos meses e fez com que muitos descobrissem a série só agora. Com isso, a pergunta que muitos jogadores fazem é: “É preciso jogar os outros jogos para aproveitar melhor esse?”.
A resposta curta é: sim, até para se ter uma noção em como a série evoluiu durante os anos. Mas se você não tem tempo para as várias horas que The Witcher 1 e 2 demandam, pelo menos é bom ficar a par da história deles.
Diferente de um Final Fantasy — onde cada título é fechado em si (salvo algumas exceções) — o jogo que chega agora vai terminar a saga de Geralt of Rivia iniciada no primeiro The Witcher, lá em 2007. Por isso, ir logo de cara em The Witcher 3 é o mesmo que começar a assistir Star Wars por O Retorno de Jedi ou Game of Thrones pela atual quinta temporada, por exemplo.
Assim, juntamos tudo o que você precisa saber antes de adentrar no mundo do bruxeiro — e isso serve até mesmo para quem conhece os jogos, já que falaremos também dos livros em que a CD Projekt se inspirou e os “novos” personagens importantes que aparecerão em Wild Hunt. Então, estejam avisados que tudo aqui contem spoilers.
A origem: os Livros
The Witcher tem origem em uma série de sete livros escritos pelo autor polonês Andrzej Sapkowski e publicados na década de 1990. Assim como nos jogos, eles são focados no bruxo Geralt of Rivia.
Os dois primeiros livros são uma compilação de vários contos mostrando aventuras de Geralt. Já os cinco restantes mostram uma aventura maior onde a figura de Ciri (uma das personagens que vão aparecer em The Witcher 3) ganha mais destaque. Aqui no Brasil somente as quatro primeiras obras foram publicadas: O Último Desejo, A Espada do Destino, O Sangue dos Elfos e Tempo do Desprezo.
Algo interessante dos contos (que foram os primeiros textos escritos por Sapkowski) é que eles muitas vezes apresentam reinterpretações de contos de fadas e lendas do leste europeu. Vemos, por exemplo, figuras como a Branca de Neve, o Gênio da Lâmpada e outros interagindo com Geralt.
Porém, o mais famoso desses contos é justamente “O Bruxo”, a história que abre o primeiro livro, O Último Desejo. É nessa história que é baseada a famosa abertura do primeiro jogo, em que Geralt enfrenta uma princesa vítima de uma maldição que a transformou em uma Striga.
Já os jogos da CD Projekt não são adaptações e sim histórias originais, criadas pelo próprio estúdio, mas que levam em consideração tudo o que aconteceu nas obras, inclusive o fato de Geralt ter morrido no fim. Os jogos se passam depois dos acontecimentos dos livros.
Algo que vale também ressaltar é que Andrzej Sapkowski não considera os jogos da CD Projekt uma continuação oficial de suas histórias. Ou seja, The Witcher pode ser considerado o mais bem produzido fanfic já feito.
O mundo de The Witcher e a figura de Geralt of Rivia
Tanto os livros quanto os jogos da série The Witcher se passam em um mundo medieval fantasioso. Ele é divido em diferentes reinos ao Norte (entre os principais estão Temeria, Redenia, Aedirn e Kaedwen) e o grande e poderoso império de Nilfigaard ao sul.
Um dos acontecimentos mais importantes nesse mundo (que não é mostrada nos jogos) foi a guerra provocada por Nilfgaard ao tentar invadir os reinos do norte. Os reis nortenhos tiveram que colocar as diferenças de lado e se unir para rechaçar os invasores. As consequências dessa guerra são muito sentidas durante os jogos.
Por ser fantasioso, também não é surpresa que esse mundo possua magia, feiticeiros, seres como elfos, anões, criaturas sobrenaturais e – claro – bruxos, que aqui tem um significado diferente do que estamos acostumados.
Sem Hogwarts, varinhas ou chapéu seletor, em The Witcher os bruxos são humanos que passaram por mutações para poderem ter reflexos e força acima do normal. Além disso, eles podem usar magias básicas por meio de sinais.
Pra quê tudo isso? Bom, como o locutor bem falou no vídeo lá em cima, os bruxos são “matadores de monstros profissionais” e com a função de proteger a humanidade de criaturas sobrenaturais.
Apesar da causa nobre, no período em que os livros e os jogos acontecem, os bruxos estão em decadência, sendo reduzidos a guerreiros pagos por lordes ou reis para matar monstros. Fora que, por serem mutantes, eles também não são bem vistos pela sociedade.
Já o nosso herói Geralt of Rivia é considerado especial até mesmo entre os bruxos. Isso porque, enquanto estava em treinamento, ele foi o único sobrevivente de um experimento com outros tipos de mutações, o que fez ele ter habilidades únicas.
Os experimentos também tiveram um efeito colateral que deixou Geralt com os cabelos brancos. Por isso e por usar um medalhão com cabeça de lobo (símbolo da sua escola), ele recebeu o apelido de Lobo Branco.
The Witcher
No primeiro The Witcher, Geralt – que todos achavam estar morto – é achado por outros bruxos, mas com amnesia, sem lembrar nem de quem era nem como ainda estava vivo. Essa foi uma boa maneira que a CD Projekt encontrou de usar o icônico personagem e ainda expor os jogadores a esse novo mundo junto com Geralt.
No decorrer do jogo, ele vai aos poucos recobrando a memória e lembrando das pessoas do passado, como a feiticeira Triss Merigold, que faz par romântico com o bruxo a partir de então. Já a trama principal é sobre Geralt em busca de segredos de mutação dos bruxos, que foram roubados por uma organização criminosa chamada Salamandra.
A perseguição leva o Lobo Branco para a cidade de Vizima, a capital do reino de Temeria, onde a maior parte do jogo se passa.
No final, Geralt descobre que a Salamandra estava trabalhando para Jacques de Aldersberg, grão mestre da Order of Flaming Roses (uma ordem militar claramente inspirada nos Cavaleiros Templários), que queria usar os segredos dos bruxos para criar um exército de seres mutantes. O bruxo derrota Aldersberg, ajuda a impedir um golpe de estado em Temeria e ainda salva a vida do rei.
The Witcher 2: Assassins of Kings
The Witcher 2 se passa pouco tempo depois dos acontecimentos do primeiro jogo e Geralt agora é acusado de ter matado o rei Foltest de Temeria. Após escapar da prisão, o bruxo sai em busca do verdadeiro assassino para limpar seu nome.
O jogo pode ter diferentes linhas narrativas dependendo das escolhas do jogador, mas algo que não muda é que Geralt acaba descobrindo uma grande conspiração para matar outros reis do Norte. A cena de abertura do segundo jogo, por sinal, mostra o assassinato do rei Demavend de Aedirn.
O assassino é outro bruxo chamado Letho, que Geralt não reconhece por ainda não estar com sua memória totalmente recuperada. Já no encontro final entre os dois, Letho revela que estava trabalhando para o imperador de Nilfgaard, que queria a morte dos reis para desestabilizar os reinos e, mais uma vez, tentar invadir o norte.
Com a memória totalmente recuperada e o nome limpo, Geralt fica sabendo que uma pessoa do seu passado e que ele achava estar morta, continua viva.
Yen e Ciri: as “novas” personagens
Yen e Ciri fazem suas estreias nos jogos em The Witcher 3, mas ambas foram personagens introduzidas nos livros e com papeis importantes. Não é à toa que elas estão em destaque nos trailers e imagens do jogo.
Yennefer de Vengerberg é uma poderosa e influente feiticeira dos reinos do norte. Porém, para nós o que mais importa é que ela é o grande amor da vida de Geralt. Mesmo que isso possa soar estranho ao ver a relação do bruxo com a feiticeira Triss Merigold nos jogos, não há dúvidas de que Yen (como Geralt a chama) é quem realmente tem esse posto.
A relação de Geralt e Yen, no entanto, é bastante conturbada e os dois estão em um eterno “entre tapas e beijos”. Nos livros, Yennefer tem o mesmo destino de Geralt e ela morre ao usar todo o seu poder tentando ressuscitar o bruxo.
A feiticeira é citada várias vezes nos jogos e ela chega a aparecer nas sequências animadas que representam os sonhos de Geralt no segundo jogo. Em The Witcher 3, após descobrir que Yennefer está viva, Geralt vai à sua procura.
Cirilla Fiona Elen Riannon, ou Ciri, é a princesa do reino de Cintra e que depois se torna filha adotiva de Geralt. Isso se dá porque, antes mesmo de nascer, ela passou a ser destinada a Geralt após o bruxo salvar o pai de Ciri de uma maldição. Porém, ele só pegou a criança depois que Cintra foi destruída durante a invasão de Nilfgaard aos reinos do Norte.
Ciri recebeu parte do treinamento de bruxo por Geralt, mas não chegou a sofrer nenhum tipo de mutação. Após algum tempo, Ciri demonstrou aptidão por magia e então virou aprendiz de Yennefer. Por causa disso, Yen e Geralt passaram a ter uma ligação muito forte com ela.
Além de ser uma meio feiticeira com treinamento de bruxo, Ciri ainda aparenta possuir um poder especial e obscuro. Isso faz ela ganhar tanto ou mais importância do que Geralt nos livros. Mas no final, após as mortes do bruxo e de Yennefer, ela simplesmente desaparece.
Em The Witcher 3, Ciri retorna e está em apuros, sendo perseguida pela Wild Hunt.
Wild Hunt
O subtítulo do terceiro jogo é uma menção direta a algo que, no mundo de The Witcher, é quase que uma lenda. A Wild Hunt é um grupo de espectros que surgem dos céus e representam a morte e a perdição. Por algum motivo, eles também raptam pessoas para se juntar a essa horda.
Apesar de serem algo central em The Witcher 3, a Wild Hunt é algo presente desde o primeiro jogo. Geralt chega enfrentar alguns espectros e pode até mesmo lutar contra o rei da Wild Hunt.
A volta de Geralt e Yennefer da morte e o retorno de Ciri tem relação bem próxima a Wild Hunt, apesar de tudo não estar completamente explicado, o que deve acontecer nesse terceiro jogo.