COP27: Egito bloqueia acesso a sites de notícias e de direitos humanos
“Não podemos usar nosso site porque o Medium está bloqueado. As agências de notícias às quais nos referimos estão bloqueadas. Não há ação climática sem verdade e informação”, escreveu.
There are so many blocked websites in Egypt at #COP27 , that it is noticeable and hard for us to work. We can't use our @Earth_Uprising Medium site, because Medium is blocked. News agencies we refer to are blocked.
There is no climate action without truth and information.— Alexandria Villaseñor (@AlexandriaV2005) November 7, 2022
Além da plataforma de blogs Medium, a lista de sites bloqueados também inclui o da organização global Human Rights Watch (HRW), a agência independente de notícias Mada Masr e a agência de notícias catari Al Jazeera.
O bloqueio não é uma surpresa. Os sites Mada Masr e Al Jazeera saíram do ar em 2017, por ordem do governo egípcio, liderado pelo presidente Abdul Fatah Al-Sisi desde 2014.
Em 2020, um relatório da Rede Árabe de Direitos Humanos mostrou que Cairo restringiu o acesso a 628 sites, incluindo 116 páginas de notícias, 15 entidades de direitos humanos e 27 críticos políticos. Outros 349 sites saíram do ar por oferecer VPNs – redes de acesso privado, que também são proibidos pelo governo egípcio.
Antes do início da COP27, a HRW alertou sobre a repressão do Egito a jornalistas, ativistas políticos e ambientalistas. Muitos precisaram deixar o país. Os que continuaram por lá, reduziram suas atividades ao máximo por medo de serem presos.
Apesar do bloqueio, o jornal britânico The Guardian apontou que provedores de telecomunicações egípcios suspenderam temporariamente a proibição de chamadas de voz sobre VoIP (protocolo de internet), como as feitas por WhatsApp, durante a COP27.