Ciência

Coreia do Norte diz ter colocado satélite espião em órbita

Lançamento busca reforçar vigilância do país sobre vizinho mais ao Sul. Coreia do Norte planeja lançar outros satélites "no curto prazo"
Imagem: KCNA/Reprodução

Desafiando as resoluções da ONU (Organização das Nações Unidas), a Coreia do Norte informou que conseguiu lançar com sucesso um satélite militar de vigilância ao espaço, na noite da última terça-feira (21). O foguete seguiu a trajetória prevista e colocou em órbita o satélite Malligyong-1, de acordo com a agência norte-coreana KCNA.

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O satélite de reconhecimento viajou a bordo do foguete Chollima-1. O Malligyong-1 deve começar a operar oficialmente no próximo dia 1º de dezembro, após passar por ajustes nos próximos sete ou dez dias.

O envio acontece mesmo a Coreia do Norte sendo proibida de desenvolver foguetes. Isso porque essa tecnologia também poderia ser reaproveitada para fabricar mísseis balísticos. Por isso, o feito é duramente condenado por países, como Estados Unidos e Japão, por exemplo.

Kim Jong Un, líder da Correia do Norte, acompanhou lançamento. Imagem: KCNA/Reprodução

Kim Jong Un acompanhou lançamento. Imagem: KCNA/Reprodução

As imagens publicadas pela imprensa oficial mostram o líder norte-coreano Kim Jong Un sorrindo e dando adeus ao foguete. Aliás, ele estava cercado por cientistas em uniformes brancos que comemoram e aplaudem o lançamento bem-sucedido.

Para reforçar suas capacidades de vigilância sobre a Coreia do Sul, a Coreia do Norte planeja lançar outros satélites “no curto prazo”.

“O lançamento de um satélite de reconhecimento é um direito legítimo da RPDC [República Popular Democrática da Coreia] para fortalecer suas capacidades de autodefesa”, ressaltou o órgão oficial de imprensa.

Críticas da ONU

O secretário-geral da ONU, António Guterres, “condenou firmemente o lançamento de outro satélite militar que utiliza tecnologia de mísseis balísticos”, disse seu porta-voz Farhan Haq. “Qualquer lançamento da Coreia do Norte que utilize tecnologia de mísseis balísticos é contrária às resoluções do Conselho de Segurança”, acrescentou.

Por outro lado, a Coreia do Sul reagiu ao lançamento declarando que vai retomar as operações de vigilância ao longo da fronteira com a Coreia do Norte. A vigilância estava suspensa desde 2018, devido a um acordo para reduzir as tensões militares entre os dois países.

“Mesmo que chamem isto de um satélite, o lançamento de um objeto que usa a tecnologia dos mísseis balísticos é claramente uma violação das resoluções das Nações Unidas”, reforçou o primeiro-ministro japonês Fumio Kishida.

Recorde de testes com mísseis

A aproximação recente entre a Coreia do Norte e a Rússia preocupa os Estados Unidos e seus aliados sul-coreanos e japoneses.

Além disso, a desconfiança do Japão é que a Coreia do Norte esteja fornecendo armas à Rússia em troca de tecnologias espaciais.

A Coreia do Norte realizou este ano um número recorde de testes com mísseis. Isso ocorre mesmo após sanções internacionais e das advertências de Estados Unidos, Coreia do Sul e seus aliados. O país qualificou, ainda, como “irreversível” seu status de potência nuclear.

Gabriel Andrade

Gabriel Andrade

Jornalista que cobre ciência, economia e tudo mais. Já passou por veículos como Poder360, Carta Capital e Yahoo.

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