Coreia já produz óxido de ferro epsilon, material que pode revolucionar o 6G

O óxido de ferro epsilon é altamente coercitivo e quase o único material magnético capaz de absorver frequências ultra-altas
Coreia já produz óxido de ferro epsilon, material que pode revolucionar o 6G
Imagem: Korea Institute of Materials Science/Divulgação

Pesquisadores da Coreia do Sul desenvolveram óxido de ferro epsilon, um material que pode abrir caminho para revolucionar a tecnologia 6G. As descobertas foram publicadas na revista britânica Royal Society of Chemistry, em setembro.  

O elemento é altamente coercitivo e quase o único material magnético capaz de absorver frequências ultra-altas. Se usado na banda de frequência, poderia tornar a conexão de internet ainda mais veloz que o 5G

A descoberta é importante porque, nas pesquisas feitas até agora, as partículas de óxido de ferro epsilon só chegavam ao tamanho de 50 nanômetros. Na comparação, uma folha de papel chega a 100 nanômetros de espessura. 

O Japão chegou a produzir óxido de ferro epsilon puro em um processo de tipo lote, mas o processo foi extremamente demorado e decepcionou nos resultados de baixo rendimento. 

A equipe sul-coreana, por outro lado, conseguiu produzir um pó composto do elemento, onde nanopartículas de óxido de ferro epsilon são incorporadas a partículas de sílica. 

O processo acontece através de secagem por pulverização em uma câmara quente. Dessa forma, é possível iniciar uma produção contínua de nanopartículas e, no futuro, talvez até comercializar o material. 

6G à vista 

Até hoje, nenhuma empresa produz óxido de ferro epsilon para fins comerciais. Só três empresas nos EUA, Japão e Alemanha produzem materiais de absorção e proteção da banda 5G. A expectativa é que, com o avanço da pesquisa, a nova tecnologia sul-coreana entre neste mercado. 

Isso porque os metais convencionais que absorvem ondas eletromagnéticas têm capacidade de absorção reduzida em bandas de alta frequência. Com o material, é justamente o contrário. 

“O óxido de ferro epsilon pode absorver seletivamente frequências ultra-altas em uma banda larga de 30 GHz a 200 GHz (gigahertz)”, explicou o autor principal da pesquisa, Youn-kyoung Baek, do KIMS (Instituto Coreano de Ciência de Materiais, na sigla em inglês). 

“Esperamos que a tecnologia acelere a comercialização de dispositivos de comunicação sem fio que usam ondas milimétricas”, pontuou.

O óxido também pode se tornar crucial para radares de carros sem motorista, internet via satélites espaciais e em peças de motores elétricos. Agora, os pesquisadores continuam os estudos para melhorar a capacidade de absorção do material das ondas para terahertz (100 GHz ou mais).

Julia Possa

Julia Possa

Jornalista e mestre em Linguística. Antes trabalhei no Poder360, A Referência e em jornais e emissoras de TV no interior do RS. Curiosa, gosto de falar sobre o lado político das coisas - em especial da tecnologia e cultura. Me acompanhe no Twitter: @juliamzps

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